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Tsunami no Brasil? É fake! Maré em Maceió não tem relação com fenômeno catastrófico

O Nordeste Sem Fake conversou com dois especialistas que explicam que as ideias que estão circulando não fazem sentido e que o conteúdo é sensacionalista.

Circula nas redes sociais a ideia de que a paisagem vista em Maceió em todas as marés baixas, que ocorrem duas vezes ao dia, seria um sinal de que a capital alagoana poderia sofrer com um tsunami.

O Nordeste Sem Fake conversou com dois especialistas que explicam que as ideias que estão circulando não fazem sentido e que o conteúdo é sensacionalista.

O que estão dizendo?

Vários vídeos circulam no Youtube e Tiktok com a ideia de que um tsunami poderia atingir o Brasil em breve. Para tentar sustentar a informação falsa, a paisagem da orla de Maceió tem sido usada como exemplo dos supostos sinais de que o fenômeno catastrófico estaria prestes a acontecer no Brasil. 

Em um vídeo, um homem, que não se identifica, utiliza uma foto da Praia da Ponta Verde do momento em que a maré está baixa. “Estamos vendo coisas que nunca vimos antes no Brasil. As águas do mar estão desaparecendo, um fenômeno que muitos não sabem decifrar. Se o mar está desaparecendo, ele vai voltar. Os pesquisadores são avisados pela própria natureza e o sinal que mais prevalece é esse”, afirma. 

O homem iniciou o vídeo com a promessa de apresentar estudos científicos que comprovam a previsão de um tsunami, mas em nenhum momento isso se concretiza. Ele até cita que em um país, após a água do mar baixar, houve tsunami, no entanto não menciona o lugar. Apenas são repassadas ideias em um tom alarmista. 

Tsunami no Brasil

Não faz sentido relacionar a maré baixa vista na Praia da Ponta Verde com o surgimento de um tsunami. O oceanógrafo Gabriel Le Campion explica que o recuo do mar em uma situação de tsunami seria muito maior do que o simples evento de maré baixa, devido ao perfil da costa litorânea do Nordeste.

“Estamos localizados em uma placa tectônica de margem passiva, ao contrário do Chile, Peru, Califórnia, México e Japão, por exemplo. Tsunamis são mais frequentes em regiões de limites de placas, margens ativas, onde uma placa se atrita com a outra ou em explosões de vulcões submarinos em ilhas oceânicas, que não é o nosso caso”, afirma Le Campion. 

Professor de Oceanografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Gabriel explica que embora tsunamis também desloquem grandes massas de água, o avanço de um tsunami levaria apenas poucos minutos para ocorrer após um rápido recuo da água do mar, o que não é o caso . “A energia do tsunami não forma onda no oceano, mas propaga-se como uma vibração, que viaja entre 650 a 850 km/h, ou seja, em no máximo 4 minutos atingiria a costa”, pontua.

Confira o vídeo recomendado pelo professor Gabriel Le Campion e entenda o fenômeno das marés

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