Patógeno provoca sintomas de resfriado leve, mas costuma ser mais perigoso em indivíduos de até 5 anos.
Quase sete em cada dez internações por complicações respiratórias entre crianças de até 4 anos no Brasil tem como causa a infecção pelo VSR (vírus sincicial respiratório). Trata-se de um patógeno comum nesta época do ano, mas que exige atenção dos pais para a evolução dos quadros.
O que é?
O VSR é classificado como um pneumovírus, tendo subgrupos A e B. Segundo o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento, ele é “onipresente” e “quase todas as crianças são infectadas aos 4 anos de idade”.
As epidemias de VSR são comuns no Brasil no outono e até meados de julho.
“Como a resposta imunitária ao VSR não protege contra reinfecção, a taxa de ataque é de aproximadamente 40% para todas as pessoas expostas. Contudo, anticorpos contra o VSR diminuem a gravidade da doença. O VSR é a causa mais comum de doença do trato respiratório inferior em crianças pequenas”, acrescenta o manual.
Como ocorre a transmissão?
Por ser um vírus respiratório, a infecção se dá por contato próximo com alguém que esteja com o vírus.
Assim como a Covid-19, o VSR é transmitido por gotículas de saliva, secreções de espirro ou tosse.
Encostar com as mãos em superfícies contaminadas e posteriormente levá-las aos olhos, boca ou nariz também é outra forma de pegar a doença.
Quais são os principais sintomas e quanto tempo duram?
O CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos reforça que a maioria dos casos de infecção pelo VSR costuma apresentar sintomas leves que aparecem em etapas, e não juntos. São eles:
• coriza;
• diminuição do apetite;
• tosse, que pode evoluir para chiado;
• espirros; e
• febre.
Segundo o órgão, esses sintomas geralmente desaparecem após quatro ou seis dias, mas podem durar até duas semanas.
Cabe ressaltar que os sintomas em bebês com menos de 6 meses costumam ser um pouco diferentes. Eles podem apresentar:
• irritabilidade;
• atividade diminuída;
• diminuição do apetite; e
• apneia (pausa enquanto respira).
Qual é o tratamento?
Não existem medicamentos específicos para combater a infecção pelo VSR. É o organismo da criança que vai tratar a doença. O que pode ser feito é o controle dos sintomas.
Por exemplo, se houve febre, devem ser usados medicamentos antitérmicos e analgésicos de venda livre. O CDC alerta para nunca dar Aspirina (ácido acetilsalicílico ou AAS) a crianças.
É fundamental manter a ingestão de líquidos durante a doença, para evitar que as crianças fiquem desidratadas.
Independentemente de saber qual é o vírus causador do quadro gripal da criança, os pais ou responsáveis devem buscar orientação médica antes de administrar qualquer remédio.
Até o momento não há uma vacina para prevenir a infecção pelo VSR.
Em bebês de alto risco, pode-se fazer uso, sob supervisão médica, de um medicamento chamado palivizumabe, que é um anticorpo pronto para induzir imunidade contra o VSR.
Quais as complicações?
A infecção pelo VSR pode evoluir para quadros de bronquiolite (inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões) ou para pneumonia (infecção dos pulmões).
“Uma a duas em cada 100 crianças com menos de 6 meses de idade com infecção por VSR podem precisar ser hospitalizadas. Aqueles que estão hospitalizados podem precisar de oxigênio, intubação e/ou ventilação mecânica [ajuda na respiração]. A maioria melhora com esses tipos de cuidado de suporte e recebe alta em poucos dias”, acrescenta o CDC.
As complicações do VSR costumam ser mais frequentes nos seguintes grupos:
• bebês prematuros;
• bebês muito jovens, especialmente aqueles com 6 meses ou menos;
• crianças menores de 2 anos com doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita (presente desde o nascimento);
• crianças com sistema imunológico enfraquecido; e
• crianças com distúrbios neuromusculares, incluindo aquelas que têm dificuldade de engolir ou limpar secreções de muco.
Quais são os sinais de alerta?
Deve-se procurar atendimento de urgência se a criança apresentar dificuldade para respirar, febre persistente, não beber líquido suficiente ou se qualquer sintoma piorar.
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R7/Foto: FREEPIK