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Secretaria de Saúde investiga novos casos de variante da Covid-19 em Feira de Santana

Além dos familiares desse paciente, colegas de trabalho também precisaram realizar o teste no sentido de identificar se o vírus está ativo.

Após a Prefeitura Municipal de Feira de Santana confirmar o primeiro registro de uma variante do coronavírus originalmente detectada no Reino Unido, a Secretaria Municipal de Saúde está aguardando a confirmação do Laboratório Central do Estado (Lacen), de novas análises.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a infectologista e coordenadora do Comitê de Enfrentamento a covid-19 em Feira de Santana, Melissa Falcão, explicou que o paciente diagnosticado com a variante se trata de um jovem. Ela disse também que muitos pacientes entre 30 e 40 anos estão sendo internados em estado grave de saúde.

“Estamos investigando a primeira análise, que deu positiva, mas estamos aguardando a confirmação do Lacen. Diante da mudança que teve no padrão da epidemia e das manifestações clínicas das pessoas com covid, é praticamente certo que temos uma mutação causando todas as alterações e transtornos na saúde pública da cidade. Esse primeiro paciente é um jovem que não teve muitos sintomas, mas estamos percebendo que nas últimas semanas, pacientes entre 30 à 40 anos sem outras doenças relacionadas, estão sendo internados com quadros graves, comprometendo o pulmão em mais de 50% e de uma maneira precoce ainda na primeira semana da doença, quando isso era esperado a partir do sétimo dia”, declarou.

Além dos familiares desse paciente, colegas de trabalho também precisaram realizar o teste no sentido de identificar se o vírus está ativo.

“Testamos todas as pessoas da família e do trabalho desse paciente. Ainda estamos aguardando, tivemos outros resultados positivos de PCR, mas ainda não temos a genotipagem pelo Lacen do primeiro paciente e nem destas outras pessoas que testaram positivo. Temos visto relatos não só em outros locais do Brasil, mas como outros países sobre essa mudança do padrão com relação a variante, acometendo pessoas mais jovens e com quadros mais graves”, explicou a infectologista.

Reinfecção

A Secretaria Municipal de Saúde já detectou exame RT-PCR positivo de um único paciente por três vezes. De acordo com Melissa Falcão, a possibilidade de uma reinfecção pode acontecer por uma, duas ou até mesmo, mais vezes. Desta forma é necessário que todos mantenham os devidos cuidados contra o vírus.

“A reinfecção pode ser mais frequente do que a gente imaginava. Inicialmente, muita gente que se infectou nos meses de junho, julho ou em um período anterior, novamente está se infectando. Aqui na cidade, conseguimos comprovar pelo PCR positivo, com um intervalo maior de 90 dias, mas não conseguimos dizer uma genotipagem porque as amostras iniciais estão com o Lacen e não havia disponíveis para que pudessem nos ceder. Como eles ficaram de realizar essa análise, estamos aguardando e aqui em nosso município, tivemos pessoas com PCR positivo por três vezes, então levando essa consideração, pode acontecer por apenas uma, mas duas vezes ou até quem sabe mais. Muita coisa sobre esse vírus está sendo estudado e todas as pessoas que já tiveram, devem continuar com os mesmos procedimentos, principalmente com essas mudanças do vírus e essa variante, a chance de reinfecção aumenta ainda mais”, disse ao Acorda Cidade.

Para a infectologista, a reinfecção do coronavírus age de uma maneira muito mais rápida e com taxa de ataque maior.

“Ela pode infectar com mais frequência além uma rapidez maior, ou seja, ela contamina mais pessoas naquele ambiente e com isso, quanto mais pessoas infectadas, mais casos graves vão acontecer. Caso a pessoa tenha mais de 90 dias que foi diagnosticada e novamente surgem sintomas como da primeira vez, seja a perda do olfato, paladar, febre, espirro, essa pessoa deve fazer o teste novamente. Lembrando que esse intervalo para ser considerado como reinfecção deve ser pelo menos de 90 dias, ou seja, três meses”, declarou.

Testagem

Mesmo não apresentando todos os dias números altos de novos casos em Feira de Santana, Melissa acredita que as pessoas não estão realizando os exames, mas a capacidade dos leitos hospitalares estão chegando ao extremo.

“Não estamos tendo problemas com os testes, inclusive queremos ampliar essa testagem porque percebemos uma saturação em nosso sistema de saúde público e privado sem que um aumento importante de notificação acontecesse, ou seja, temos duas possibilidades, as pessoas não estão procurando os testes ou esta nova variante está causando uma gravidade maior do que a gente imagina, porque apesar de não ter notificação elevada diária e semanal, os hospitais estão com sua capacidade máxima. A procura está sendo menor do que deveria ser diante da situação atual e diante da taxa de pacientes internados e de pacientes graves”, disse.

Como forma de conscientizar toda a população, a coordenadora do Comitê destacou a importância da prevenção própria e o cuidado com o próximo.

“Hoje a única coisa que peço a população, principalmente os jovens, é que se cuidem, não só apenas os idosos, mas também outras pessoas com outras doenças relacionadas e com gravidades. Estamos anunciando 100% das taxas de ocupação dos leitos, às vezes esse número varia de 80% a 100% e ver a Rua São Domingos e outros bares cheios com jovens sem máscaras bebendo sem se preocupar com o outro é muito triste. Eu peço a todos que se conscientizem, cuidem das pessoas que estão ao seu redor, porque a melhor maneira de demonstrar amor com o outro, com a família é o cuidado, além do cuidado com a sociedade e somos co-responsáveis pelas vidas dos outros e uma atitude nossa, pode refletir na perda e na morte de uma outra pessoa”, concluiu.

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