Taxa de mortalidade na capital baiana é de 3,8%, ou seja, a cada 100 soteropolitanos infectados, quatro podem vir a morrer.
Uma projeção da Secretaria de Saúde de Salvador revela que, o fim de maio até o início de junho, a capital baiana deve passar pelo pior período da pandemia do coronavírus, com a falta de leitos de UTI e cerca de 900 mortes pela doença.
No início da pandemia, a capital registrava uma média de 3 mortes por dia. Hoje, este número varia de 6 a 8. A taxa de mortalidade em Salvador é de 3,8%, ou seja, a cada 100 soteropolitanos infectados, quatro podem vir a morrer.
“A projeção é até final de maio e início de junho, nós termos ao total 900 mortes em Salvador. Isso é baseado na taxa de mortalidade desse momento, que tem variado algo de 3,5 a 3,8% e um crescimento exponencial do número de infectados “, explicou o secretario Léo Prates.
Mesmo com os leitos criados em hotéis e hospital de campanha, além dos 25 abertos no Hospital Espanhol, o secretário municipal de saúde prevê um colapso no sistema de saúde. No final de maio, Salvador não deve ter mais leitos disponíveis nas 1.289 vagas de UTI, não só para pessoas com Covid-19, mas para qualquer tipo de doença que precise de internação .
“Se continuar como está, a partir do dia 15 de maio, nós devemos ter problemas. A data que os epidemiologistas da secretaria, com apoio técnico da Fiocruz, estão dando como a data de possível colapso já do leitos clínicos em Salvador, que são leitos sem ventilação, para pacientes que eventualmente não agravem, é 23 de maio. O colapso do nosso sistema de UTIs se daria entre 31 de maio e 15 de junho”, disse o secretario de saúde.
No sábado (2), 20 leitos de UTI foram entregues no Hospital do Subúrbio. Na próxima semana, outros 20 vão ser disponibilizados no hospital Ernesto Simões. Com a abertura do hospital Santa Clara, serão 50 leitos clínicos e 9 de semi-intensiva em Salvador. Em Vitória da conquista, vão ser entregues mais 40 leitos, sendo 20 clínicos e 20 de UTI.
“Já estamos ocupando, inclusive, esses leitos que vem da região sul, porque nós temos a logística dos leitos para que não deixe eles todos ocupados no sul. Nós vamos retirando os pacientes de lá, para aqui, em Salvador, nessa cobertura que é da região do estado, para que eles consigam receber novos pacientes. Quando a gente consegue internar um paciente mais precoce, a mortalidade diminui”, contou a subsecretaria de saúde Tereza Paim.
A prefeitura de Salvador já solicitou a cotação de 4 mil caixões, além de urnas funerárias simples para tentar evitar um colapso também nos cemitérios. As famílias que já sentiram as dores de perder familiares já não estão podendo se despedir devidamente, é um enterro distante e um silencioso.
Até o início da noite de sábado (2), o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou 2.100 casos confirmados de coronavírus na capital baiana, com 78 mortes.
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G1 Bahia/ Foto: Reprodução/TV Bahia