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Se nascem mais homens, por que as mulheres são maioria? Entenda

A ciência ainda não tem uma resposta conclusiva, mas algumas teorias tentam explicar o fenômeno, que é mundial e se mantém há décadas.

Nascem mais meninos do que meninas, mas depois, ao longo da vida, isso se inverte e a população de mulheres no Brasil supera a de homens, conforme mostram os dados do Censo 2022, divulgados na sexta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas por que nascem mais bebês do sexo masculino?

A ciência ainda não tem uma resposta conclusiva, mas algumas teorias tentam explicar o fenômeno, que é mundial e se mantém há décadas. Uma delas é a de que os fetos do sexo masculino tendem a ser mais “resistentes” do que os femininos e, por isso, os meninos são maioria no nascimento.

No entanto, no decorrer dos anos, os homens, especialmente na juventude, morrem mais por causa de fatores externos, como acidentes e violência. Por essa razão é que, a partir dos 24 anos, a população feminina no país passa a ser maioria: são 94,2 homens para cada 100 mulheres.

O que acontece na gravidez

A variação cromossômica Y e X presente no esperma, que define o sexo dos bebês, existe em proporção igual. Ou seja, as chances de que seja concebido um homem ou uma mulher são as mesmas.

Por isso, a razão para nascerem mais meninos que meninas pode estar no que acontece no útero.

Uma pesquisa do instituto norte-americano Fresh Pond, do qual participaram pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, e de Oxford, na Inglaterra, analisou 140 mil de embriões criados em clínicas de fertilidade, 900 mil amostras de sangue, incluindo com líquido amniótico, e 30 milhões de registros de nascimentos e abortos, principalmente dos EUA e Canadá.

O estudo é um dos mais abrangentes no mundo e o primeiro a incluir uma extensa base de dados, com informações sobre diferentes fases do embrião, para estimar a proporção de sexo desde a concepção até o nascimento.

A pesquisa indicou que, durante a gravidez, bebês do sexo feminino têm uma taxa de mortalidade fetal mais elevada do que bebês do sexo masculino. Ou seja, fetos femininos morrem mais na gestação, o que explicaria por que nascem mais meninos que meninas.

“A proporção imparcial entre o sexo dos fetos na concepção, o aumento da mortalidade feminina no primeiro trimestre e a mortalidade total durante a gravidez maior entre os bebês mulheres são fundamentais para a compreensão do desenvolvimento humano”, diz trecho do estudo.

Os cientistas, porém, não sabem dizer exatamente as causas disso.

No Brasil, o último levantamento do IBGE que traz dados de nascimento é de 2021 e mostra que, naquele ano, nasceram 1.348.321 homens e 1.287.204 homens. Ou seja, nasceram 5% mais homens que mulheres.

É importante lembrar que é mito que o momento da relação sexual ou posição podem influenciar no sexo do bebê. Como dissemos, a proporção entre homens e mulheres é a mesma e não há qualquer indício científico que possa privilegiar homens ou mulheres nessa corrida.

Segundo os dados do IBGE, na faixa até os 24 anos de idade, os homens ainda são maioria na população. A partir dessa idade, as mulheres ficam à frente, conforme os seguintes números:

  • 1.537.488 homens
  • 1.546.442 mulheres

O que explica essa mudança é o fato de que, com o passar dos anos, morrem mais homens que mulheres, especialmente na juventude.

Estudo publicado pelo IBGE em 2018 mostrou que a chance de um homem morrer entre 20 e 24 anos é 11 vezes maior que a de uma mulher na mesma faixa etária.

Segundo diversas pesquisas, as principais causas de morte entre homens jovens e adultos estão relacionadas a acidentes, violência e comportamentos de risco como tabagismo, consumo de álcool em excesso, entre outras causas.

Fonte: IBGE e G1

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