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Saiba quais deputados votaram a favor da venda do Odorico Tavares

42 dos 63 parlamentares eram favoráveis ao projeto.

Na última segunda-feira (27) a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) decidiu, em votação, pela venda do terreno onde fica o colégio Odorico Tavares, no Corredor da Vitória. 43 dos 63 deputados votaram o Projeto de Lei, que terminou com o resultado de 31 a favor e 12 contrários. 

A votação foi secreta, apesar de pedido do líder da oposição, Targino Machado (DEM), recusado pelo plenário por 26 votos negativos contra 17 a favor. Apesar disso, o CORREIO entrou em contato com cada um dos 63 deputados através de seus gabinetes e assessorias para revelar o voto da maioria deles.

Todos os 19 deputados da oposição (composta pelos partidos DEM, PSDB, PSL, PRB e PSC e MDB) decidiram votar contra, apesar de apenas 10 estarem presentes na hora de exercer sua vontade. Outros se ausentaram da sessão ao perceber que não iriam vencer. É o caso do Soldado Prisco (PSC) que, após a aprovação do projeto, anunciou que entrou na Justiça para tentar barrar a venda do Odorico.

Os outros dois votos contrários foram do deputado Hilton Coelho (Psol), que se define como “independente”, e de Olívia Santana (PCdoB) – a única entre os 43 deputados governistas a se opor ao projeto.

Os seguintes deputados não foram localizados pela reportagem do CORREIO para que declarassem seus votos: Antônio Henrique Júnior (PP), Ivana Bastos (PSD), Janio Natal (PODEMOS), Niltinho (PP), Osni Cardoso (PT), Rogério Andrade Filho (PSD) e Zé Cocá (PP).

A situação se fechou em prol da venda argumentando que com o valor arrecadado, estimado em R$ 50 milhões pelo governo, seriam construídas diversas escolas. 

“O produto financeiro da venda será aplicado no fomento da infraestrutura da rede pública de ensino do Estado da Bahia, voltado para ampliação e melhoramento da rede física escolar, reforçando o compromisso do Estado com a educação de qualidade”, disse o líder governista Rosemberg Pinto (PT).

Já o líder da oposição, deputado Targino Machado (DEM), definiu o projeto como “um crime que está sendo perpetrado contra a educação. O estado ganha quando se constroem escolas e não penitenciárias”, definiu.

Veja a lista completa:

  1. Aderbal Caldas (PP) – A favor
  2. Adolfo Menezes (PSD) – A favor
  3. Alan Castro (PSD) – A favor
  4. Alan Sanches (DEM) – Contra 
  5. Alex da Piatã (PSD) – Ausente
  6. Alex Lima (PSB) – A favor
  7. Antônio Henrique Júnior (PP) – Não localizado
  8. Bobô (PC do B) – Ausente
  9. Capitão Alden – (PSL) – Ausente
  10. Dal (PP) – A favor
  11. David Rios (PSDB) – Ausente
  12. Diego Coronel (PSD) – A favor
  13. Eduardo Alencar (PSD) – A favor
  14. Eduardo Salles (PP) – A favor
  15. Euclides Fernandes (PDT) – Ausente 
  16. Fabíola Mansur (PSB) – A favor
  17. Fabrício Falcão (PC do B) – A favor
  18. Fátima Nunes (PT) – A favor
  19. Hilton Coelho (Psol) – Contra
  20. Ivana Bastos (PSD) – Não respondeu
  21. Jacó (PT) – A favor
  22. Janio Natal (PODEMOS) – Não atendeu as ligações
  23. José de Arimateia (PRB) – Contra
  24. Júnior Muniz (PP) – Ausente
  25. Jurailton Santos (PRB) – Contra
  26. Jurandy Oliveira (PP) – Ausente
  27. Jusmari Oliveira (PSD) – Ausente
  28. Kátia Oliveira (MDB) – Contra
  29. Laerte do Vando (PSC) – Ausente
  30. Luciano Simões Filho (DEM) – Contra
  31. Marcelino Galo (PT) – A favor
  32. Marcell Moraes (PSDB) – Ausente
  33. Marcelo Veiga (PSB) – A favor
  34. Maria del Carmen (PT) – A favor
  35. Marquinho Viana (PSB) – A favor
  36. Mirela Macedo (PSD) – A favor
  37. Nelson Leal (PP) – A favor
  38. Neusa Cadore (PT) – A favor
  39. Niltinho (PP) – Não localizado
  40. Olívia Santana (PC do B) – Contra
  41. Osni Cardoso (PT) – Não atendeu as ligações
  42. Pastor Isidório Filho (Avante) – A favor
  43. Pastor Tom (PSL) – Contra
  44. Paulo Câmara (PSDB) – Contra
  45. Paulo Rangel (PT) – A favor
  46. Pedro Tavares (DEM) – Contra
  47. Roberto Carlos (PDT) – Ausente
  48. Robinho (PP) – A favor
  49. Robinson Almeida (PT) – A favor
  50. Rogério Andrade Filho (PSD) – Não atendeu as ligações
  51. Rosemberg Pinto (PT) – A favor
  52. Samuel Júnior (PDT) – Ausente
  53. Sandro Régis (DEM) – Contra
  54. Soldado Prisco (PSC) – Ausente na votação
  55. Talita Oliveira (PSL) – Ausente
  56. Targino Machado (DEM) – Contra
  57. Tiago Correia (PSDB) – Contra
  58. Tom Araújo (DEM) – Ausente
  59. Tum (PSC) – Ausente
  60. Vitor Bonfim (PL) – Ausente
  61. Zé Cocá (PP) – Não localizado
  62. Zé Raimundo (PT) – A favor
  63. Zó (PC do B) – Ausente

Venda irreversível
Ainda nesta segunda-feira (27), o governador Rui Costa afirmou que o fechamento do Odorico Tavares é irreversível. Ele ainda não havia se pronunciado sobre o fechamento da unidade. 

“Eu penso que equipamentos de qualidade podem e devem estar onde o povo mora. Na polêmica, fico do lado do povo, de onde eu vim. A escola serve de referência não somente para aprendizado stricto sensu, serve para a prática cultural. Um equipamento educacional em comunidade pobre tem uma função social extraordinária porque vai ser usado nos 365 dias no ano, não apenas nos dias que tiver aula. Salvador praticamente não tem equipamento de convivência social nas comunidades pobres”, afirmou na Rádio Metrópole. 

Durante a entrevista, o governador disse estar surpreso com a perda de alunos a cada ano – em 2019, a quantidade de alunos matriculados foi 300, quando a capacidade era para mais de três mil, segundo o governador. Rui disse que a decisão vem em nome de melhorias. 

“A minha sensibilidade maior é com quem estudou lá, que tem memória afetiva com a escola. Naquele local, nem escola particular tem porque não tem demanda pra isto. Respeito quem pensa diferente, mas não posso fabricar dinheiro. Nós vamos vender não somente este imóvel, mas outros também pra construir mais escolas”, complementou.

O governador informou que serão publicadas, nesta semana, licitações para construção de novas escolas. Bairros como Lobato, Paripe, Cabula (Estrada das Barreiras), São Cristóvão, Pau da Lima, Imbuí, Fazenda Grande do Retiro e Vila Canária sediarão novos colégios, além de municípios como Teixeira de Freitas, Candeias, Lauro de Freitas e a comunidade quilombola de Laje dos Negros, em Campo Formoso, que já será inaugurada em março deste ano.

Até o fim do segundo mandato (2022), Rui prometeu entregar 60 escolas completas, com 35 salas de aula climatizadas, quadra cobertura, biblioteca, piscina, teatro e refeitório.

Abaixo, uma cronologia com as diversas fases que o colégio passou antes do anúncio do seu fechamento:

  • 11 de abril de 1994 – Inaugurado pelo governador Antônio Carlos Magalhães para ser um colégio modelo, o Odorico Tavares nasceu para ser referência no ensino público, ao oferecer uma estrutura com laboratórios, anfiteatro e quadra de esportes
  • Melhores anos – Era comum ver pais de alunos dormirem na fila para conseguir uma vaga. No auge, há 10 anos, o Odorico era um dos colégios mais cobiçados nos sorteios eletrônico de vagas feitos pela Secretaria Estadual de Educação
  • Fevereiro de 2015 – Em uma reportagem publicada pelo CORREIO, o Odorico Tavares aparece na 7ª posição entre as 10 escolas mais bem avaliadas pelo Ministério da Educação na nota do Exame Nacional do Ensino Médio
  • 22 de março de 2017 – Após fortes chuvas que ocorreram em Salvador, a cobertura da quadra de esportes da unidade desabou. Nesta época, o Odorico já apresentava problemas com a falta de manutenção do prédio
  • Dezembro de 2019 – O colégio, de capacidade para 3,6 mil alunos, é desativado, só com 308 matriculados.
  • Janeiro de 2020 – Projeto de Lei que autoriza a venda do Odorico Tavares é aprovada na Alba.

Correio/Foto: Arquivo CORREIO

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