Rui acirra disputa com Bolsonaro e reverencia Lula, Dilma e Wagner por ‘idealizar’ Fiol

Nesta quinta (8), a empresa Bahia Mineração S/A (Bamin) venceu o leilão para concessão do trecho ferroviário entre Ilhéus e Caetité do empreendimento.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), voltou a acirrar o terreno político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Pelo Twitter, ele exaltou o trabalho na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) feito pelos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e pelo ex-governador baiano, Jaques Wagner (PT), sem citar o nome do chefe de Estado. Nesta quinta (8), a empresa Bahia Mineração S/A (Bamin) venceu o leilão para concessão do trecho ferroviário entre Ilhéus e Caetité do empreendimento .

Para Rui, em projetos de longo prazo, ”quem começa não necessariamente vai inaugurar”.  “Idealizamos e executamos grandes projetos de infraestrutura para transformar a vida das pessoas. São projetos de longo prazo; quem começa não necessariamente vai inaugurar. Quem idealiza pensa nas gerações futuras, e não em fazer política”, escreveu.

Na visão do petista, Wagner “trabalhou incansavelmente pelo sucesso da FIOL e também viabilizou a implantação do Porto Sul, em Ilhéus”. “FIOL e Porto Sul são projetos “irmãos”, que se complementam e vão gerar emprego e renda para milhões de baianos”, pontuou.

“A Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a FIOL, obra iniciada pela então presidente @dilmabr com o apoio do ex-presidente @LulaOficial, é um dos mais importantes projetos de infraestrutura em execução no país”, acrescentou, citando os ex-presidentes da República.

No ano passado, a obra ganhou contornos de disputa política quando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, exaltou Bolsonaro ao classificá-lo como “o responsável por destravar o mais importante projeto de infraestrutura do estado.”

Na época, o presidente se capitalizou politicamente por inaugurar a obra de um trecho da transposição do Rio São Francisco, travada desde os tempos dos governos petistas. No Nordeste, Bolsonaro colhe os maiores índices de rejeição ao seu governo. A região também foi a única na qual ele foi derrotado por Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial em 2018. Por isto, a tática de publicizar feitos do presidente em solo nordestino é importante para seus ideais políticos, principalmente visando a reeleição em 2022.

A FIOL
Em abril de 2011, Lula esteve em Ilhéus e autorizou a ordem de serviço de quatro lotes do primeiro trecho da ferrovia. O projeto deveria ser concluído em 2014.

A concepção da ferrovia inclui três trechos: Ilhéus – Caetité, Caetité – Barreiras e Barreiras – Figueirópolis (TO). A concessão da obra como um todo está sob responsabilidade da Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, empresa pública ligada ao Ministério da Infraestrutura.

Em setembro deste ano, Bolsonaro veio à Bahia para formalizar a parceria com o Exército Brasileiro, que ficará responsável pela construção de um trecho de 18.3 km da Fiol, correspondente ao lote 6 do empreendimento  próximo ao município de  Correntina, na Bacia do Rio Corrente (leia mais aqui). Esse trecho é o pedaço mais atrasado da obra.

O 4º Batalhão de Engenharia de Construção, de Barreiras, na mesma região, e o 2º Batalhão Ferroviário, de Araguari, em Minas Gerais, serão responsáveis pela conclusão do lote.

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Bahia Notícias/Foto: Divulgação / PT

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