A moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) será uma versão digital do real e terá seu valor com base no Sistema de Transferência de Reservas (STR), que realiza a transferência de recursos entre instituições financeiras.
Está previsto para o segundo semestre deste ano o lançamento do Real Digital, criptomoeda do Banco Central (BC). O anúncio foi feito na última segunda-feira (11) pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Em sua primeira fase, o lançamento será um piloto e não estará disponível para toda a população.
A moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) será uma versão digital do real e terá seu valor com base no Sistema de Transferência de Reservas (STR), que realiza a transferência de recursos entre instituições financeiras. É o ponto central do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), responsável pela transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR). Para utilizar o STR, é necessário que a instituição financeira tenha conta no BC. Este, por sua vez, é o “coração” do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), onde ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
Ainda não há mais detalhes sobre o funcionamento do Real Digital. No entanto, Campos disse que a moeda digital terá um limite de emissão, ou seja, uma quantidade máxima a ser emitida, como ocorre com o Bitcoin e outras criptomoedas.
“A gente tem o STR, um sistema que liquida todos os ativos e tem como garantia o Real. Então a gente vai ter como se fosse um sistema em cima desse, um STR digital, onde vai ser garantido pela moeda digital, o Real Digital, e os bancos vão conseguir emitir stablecoins em cima dos seus depósitos”, explicou Campos Neto no evento. Ele vê as criptomoedas sendo usadas mais como investimento do que pagamento, mas crê que isso pode mudar se a adoção delas ampliar.
Em março, o Banco Central anunciou a escolha de nove projetos para ajudar no desenvolvimento do Real Digital. O Mercado Bitcoin, por exemplo, se encarregou de um sistema entrega versus pagamento (DvP na sigla em inglês) de ativos digitais. Outras empresas e entidades escolhidas foram Visa, Febraban, Tecban e Santander.
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