‘Queria estar arrumada para o embaixador’, diz prefeita após show de Gusttavo Lima ser cancelado

Rosa citou a pandemia e as fortes chuvas que atingiram a cidade no fim do ano e afirmou que queria trazer alegria para a população.

Durante um discurso à população após o cancelamento da Festa da Banana, no município de Teolândia, no sul da Bahia, a prefeita da cidade, Rosa Baitinga, disse queria ter se arrumado para a festa e que estava muito triste com o cancelamento.

“A minha dor é muito grande. Eu queria estar aqui de vermelho, de preto, arrumada para o embaixador. Ele esteve aqui no posto de gasolina, mas teve que voltar”, disse a prefeita durante o discurso, se referindo ao cantor Gusttavo Lima, que se apresentaria nesse domingo.

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A prefeita disse que cumpriria a decisão judicial sem hesitar. “Quero dizer a vocês que não seria esse o meu discurso hoje, mas a gente não pode ir contra a decisão da Justiça. A Justiça está aí e é para ser cumprida. Quero agradecer aos policiais, a todo serviço de segurança, na pessoa do tenente-coronel Castilho, que me permitiu vir aqui nesta noite falar com vocês. Por que nem esse direito eu teria, se o tenente não me desse essa palavra, esse momento”.

Rosa citou a pandemia e as fortes chuvas que atingiram a cidade no fim do ano e afirmou que queria trazer alegria para a população. “A Festa da Banana foi programada com muito amor e carinho para vocês. Vocês passaram tempos difíceis com a pandemia, tempos difíceis com a chuva. E eu queria, de coração, de alma, promover para vocês um pouco de alegria, de felicidade. Uma forma de vocês conseguirem recuperar o que perderam. Os comerciantes perderam muito, toda cidade perdeu”.

Ela também disse que realizar o show de Gusttavo Lima não era um desejo pessoal. “Jamais pensei em trazer Gusttavo Lima para realizar um sonho meu, jamais. O sonho que eu tinha era trazer o melhor para vocês”.

Festa
Na noite de sábado (4) a festa aconteceu conforme programado. Houve o desfile Rei e Rainha e shows das seguintes atrações locais: Neto Azevedo, Di Souza, André Villa e Filhos de Maninho. Antes de iniciar o 1º dia da festa, a prefeita chegou a comemorar nas redes sociais a liminar que liberava o evento. “Ninguém consegue derrotar aquele que Deus escolheu para vencer. Deus é justo! Deus sonda e conhece o meu coração”, escreveu.

Com a decisão do STJ, volta a valer a suspensão dos shows, determinada pelo Juízo da Vara Cível de Wenceslau Guimarães, atendendo a uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MPBA). O MP acionou a justiça após suspeitas de irregularidades nos gastos com a organização do evento, sobretudo com relação ao cachê pago ao cantor Gusttavo Lima, no valor de R$ 704 mil.

A estimativa de custo para as atrações anunciadas e despesas da festa ultrapassariam R$ 2 milhões. O valor se aproxima dos cerca de R$ 2,3 milhões recebidos pela prefeitura, vindos do Governo Federal, desde quando foi decretado, em 26 de dezembro de 2021, estado de emergência por conta das fortes chuvas que castigaram o município.

Segundo o ministro Humberto Martins, o gasto de altos valores para um município de apenas vinte mil habitantes e em situação de emergência declarada justifica a primeira suspensão do evento.

“Cuida-se de gasto deveras alto para um município pequeno, com baixa receita, no qual, como apontado pelo Ministério Público da Bahia, o valor despendido com a organização do evento chega a equivaler a meses de serviços públicos essenciais”, afirmou o presidente do STJ.

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