Após o anúncio do corte de verbas para as universidades públicas, as equipes do Profissão Repórter foram a três universidades para conversar com alunos e pesquisadores.
Divulgado na noite desta quarta-feira(05), a edição do programa Profissão Repórter da Rede Globo, mostrou a realidade de professores e estudantes de universidades federais após o bloqueio de verbas feito pelo governo federal.
Estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Amargosa, mostraram os desafios de continuar no curso e os avanços já alcançados pelo acesso à educação. Assista a reportagem completa no fim do texto.
No final de abril, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o corte de verbas para universidades públicas. Na ocasião, o ministro Abraham Weintraub afirmou que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”. Após o anúncio, duas manifestações contra essa decisão aconteceram em todo o país.
Este ano, o MEC tem R$ 49,6 bilhões para gastar no Ensino Superior – 85,3% são despesas obrigatórias por lei: salários, aposentadorias e assistência estudantil. Só dá pra mexer mesmo em R$ 6,9 bilhões. São despesas chamadas não obrigatórias, mas importantes, como água, luz, limpeza, obra, manutenção, pagamento de terceirizados e pesquisas. Deste dinheiro, o governo segurou R$ 1,7 bilhão, equivalente a 24,6%.
O corte atinge todas as 63 universidades federais do país. Após o primeiro protesto, no dia 15 de maio, o governou anunciou a suspensão de mais um corte, no valor de R$ 1,5 bilhão. Quinze dias depois, estudantes e professores voltaram às ruas para protestar novamente.
Cortes na UFRB
Os alunos do curso de Educação do Campo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), inaugurada em 2005, estudam em sistema de alternância: os alunos passam dois meses na universidade e dois meses nas comunidades rurais, aplicando o que aprenderam. O curso forma professores para trabalhar em escolas rurais da região. Mais de 70% dos 12 mil alunos da universidade têm renda menor do que um salário mínimo e meio por mês.
Caco Barcellos e a repórter cinematográfica Mariane Rodrigues conhecem a família de Mariana Santana, aluna do curso de Educação do Campo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Mais de 100 alunos dependem do alojamento da UFRB na cidade de Amargosa. O aluguel do prédio custa para a universidade R$ 9 mil por mês. Despesas como esta serão afetadas pelo corte anunciado pelo Governo Federal.
Segundo dados do MEC, os cortes nas despesas não obrigatórias em 2014, no governo de Dilma Rousseff, foram de 24%, em 2015 foram de 29%, em 2016, ano do impeachment de Dilma e que Michel Temer assumiu a Presidência, foram de 10%. No ano seguinte, foram de 8%. Em 2018, o corte foi de 1%. O corte deste ano, o primeiro do governo de Jair Bolsonaro, foram de 24,9%.
Assista:
Leia a matéria completa aqui: https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2019/06/06/estudantes-e-professores-mostram-a-realidade-da-educacao-no-brasil.ghtml
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