Prisão domiciliar para Queiroz e sua mulher ‘envergonha’ STJ, dizem ministros
Magistrado decidiu permanecer no plantão judiciário durante todo o recesso de julho quando, normalmente, outro magistrado divide a escala como plantonista
Ministros que que fazem parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ) criticaram a decisão do presidente da corte, João Otávio Noronha, que concedeu prisão domiciliar ao ex-assessor da família Bolsonaro Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, que está foragida. De acordo com a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, os magistrados afirmam que o benefício “envergonha o tribunal” e que Noronha vem “usando a jurisdição para conseguir uma das vagas no Supremo Tribunal Federal” que contam com a indicação do presidente Jair Bolsonaro.
O presidente do STJ decidiu permanecer no plantão judiciário durante todo o recesso de julho quando, normalmente, outro magistrado divide a escala como plantonista. Ao jornal Estado de S. Paulo, ministros comentaram reservadamente que a decisão é “absurda”, “teratológica”, “uma vergonha”, “muito rara” e “disparate”. Um dos magistrados disse à reportagem estar “em estado de choque” e desconhecer precedente do tribunal para dar prisão domiciliar a um foragido da Justiça, em referência à mulher de Queiroz.
Outro lembrou que o ex-assessor parlamentar tinha orientado testemunhas e agido para prejudicar a investigação, o que justificaria a manutenção da prisão. Queiroz é alvo do inquérito das “rachadinhas” e está preso há três semanas em Bangu, no Rio de Janeiro. Ele foi encontrado em uma casa, em Atibaia (SP), que pertence ao advogado Frederick Wassef, que na época defendia Flávio e o presidente Bolsonaro.
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Metro1/ Foto : Rafael Luz