Consequências são cadeias de suprimentos tensas, fluxos lentos de importações e aumento da inflação.
A disseminação da variante Ômicron do coronavírus coloca dezenas de cidades da China em confinamento parcial ou total após um novo aumento de casos no país. A situação ameaça a controversa estratégia de “Covid zero” das autoridades chinesas.
As medidas impostas pela China nesta nova onda de Covid determinam que todos que forem diagnosticados com a doença devem ficar em quarentena mesmo que não apresentem sintomas.
Segundo a BBC News Brasil, com 25 milhões de habitantes e um peso vital para a economia do país, a cidade de Xangai sofre a pior onda de Covid desde o início da pandemia, em Wuhan, há mais de dois anos.
A metrópole chinesa não é apenas um centro financeiro global, mas também um dos portos de carga mais importantes para o comércio internacional. Nos últimos dez anos, tem sido o maior porto do mundo em termos de movimentação de cargas.
Em 2021, o porto de Xangai foi responsável por 17% do tráfego de contêineres e 27% das exportações da China.
No entanto, o confinamento ao qual a cidade está submetida dificulta a chegada dos caminhões para levar as mercadorias a outros locais ou distribuí-las às fábricas próximas. Muitas indústrias, como a Volkswagen e a Tesla, tiveram que interromper suas atividades.
Outro problema é que milhares de contêineres estão se acumulando no porto, colocando mais uma vez a cadeia de suprimentos global em xeque justamente quando os analistas estavam confiantes em sua recuperação após a pandemia.
Os principais produtos exportados por Xangai incluem máquinas de lavar, aspiradores, painéis solares, componentes eletrônicos e têxteis.
As consequências globais são cadeias de suprimentos tensas, fluxo lento de importações e aumento da inflação.
“Como a capacidade do porto não é a mesma de março, nem de fevereiro, levará algum tempo para resolver tudo isso. Mesmo que o lockdown da cidade termine amanhã, há um acúmulo de capacidade que não será resolvido rapidamente”, diz Rodrigo Zeidan, professor de Economia e Finanças da NYU Shanghai, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
“A inflação vai continuar por um tempo. Os preços de muitos bens levarão algum tempo para se estabilizar”, acrescenta Zeidan.
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Metro 1/Foto: Reprodução Vip People