Política

Planalto cede à pressão do Congresso e paga emendas bilionárias

Segundo a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, os valores foram depositados, nesta sexta-feira, com prioridade para a execução rápida de projetos locais.

A liberação das emendas, conforme publicado no Diário Oficlal da União (D.O.U) desta sexta-feira, inclui R$ 228,6 milhões em emendas individuais (RP6); R$ 300,4 milhões em emendas de bancada estadual (RP7); R$ 1,232 bilhão em transferências especiais, aquelas conhecidas como ‘emendas PIX’, que caem diretamente na conta das prefeituras e instituições beneficiadas, de imediato.

Segundo a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, os valores foram depositados, nesta sexta-feira, com prioridade para a execução rápida de projetos locais. A decisão ocorre após meses de tensão entre o Executivo, Legislativo e Judiciário.

Decisão

Em agosto, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a liberação de emendas impositivas sob a justificativa de falta de transparência nos repasses. Apesar de parcialmente liberadas em 2 de dezembro, as restrições impostas por Dino inviabilizaram a execução da maioria dessas verbas, ampliando o mal-estar entre os poderes.

Na última terça-feira, o governo publicou uma portaria que estabelece regras para a liberação das emendas. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu um “Parecer de Força Executória”, fundamentado na decisão de Dino, para garantir a legalidade dos pagamentos. A movimentação foi interpretada, no STF, como uma manobra para contornar as limitações judiciais e atender às demandas de deputados e senadores.

Confiante

Após os pagamentos, no entanto, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz estar confiante de que as matérias em curso, principalmente o pacote fiscal, serão aprovadas na próxima semana, tanto na Câmara quanto no Senado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, preocupa-se quanto ao possível enfraquecimento das medidas durante a votação, especialmente na Câmara, onde podem sofrer alterações que reduzam o impacto esperado em R$ 70 bilhões para os próximos dois anos.

Entre os pontos que têm apresentado maior resistência junto ao Parlamento estão as mudanças nas regras de benefícios sociais, como o Abono Salarial e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O PT, partido da centro-esquerda no governo, resiste às alterações propostas pela própria equipe econômica, o que tem gerado desconfiança entre as legendas do chamado ‘Centrão’, que reúne desde a centro-direita à extrema direita.

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