Petistas contestam alianças costuradas por Lula nos estados
Na estratégia definida pelo PT para 2022, a prioridade é a eleição do ex-presidente, seguinda da eleição de deputados federais e senadores.
As alianças costuradas pelo ex-presidente Lula (PT) de olho em um eventual terceiro governo tem sido motivo de conflito interno entre petistas. Em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, militantes e líderes do partido contestam as alianças locais costuradas pelo ex-presidente com base na eleição presidencial. Na estratégia definida pelo PT para 2022, a prioridade é a eleição de Lula para a Presidência, seguida da eleição de deputados federais e senadores. Governos estaduais ficaram em segundo plano.
Um dos casos mais emblemáticos é o Amazonas, onde um acordo imposto de cima para baixo fez o PT apoiar o senador Eduardo Braga (MDB) para o governo e Omar Aziz (PSD) para a reeleição ao Senado. A aliança mira intensificar dissidências dos dois partidos, que não estarão formalmente aliados a Lula: o MDB lançou a senadora Simone Tebet ao Planalto, e o PSD deve ficar neutro.
Outro estado onde há descompasso entre as bases e as decisões da cúpula do PT é Mato Grosso. Líderes locais do partido criticam a aliança com o deputado federal Neri Geller (PP), um dos principais membros da bancada ruralista, que vai concorrer ao Senado. Empresário e produtor rural, Geller vai liderar o palanque de Lula no estado. Ao seu lado estão outros nomes de peso do agronegócio, caso do senador Carlos Fávaro (PSD) e dos empresários Blairo e Eraí Maggi. A aliança foi costurada com o comando nacional do PT, que viu na parceria uma oportunidade de criar pontes com o setor, uma das principais bases eleitorais de Bolsonaro.
Em Pernambuco, parte da militância petista critica a retomada da aliança com o PSB em 2018 e a manutenção da parceria em 2022. Os pessebistas governam o estado há 16 anos e tentam dar continuidade à hegemonia. Para manter o apoio ao PSB, o PT preteriu, pela segunda vez consecutiva, o pleito da deputada federal Marília Arraes de concorrer ao governo do estado. Ela deixou o PT e migrou para o Solidariedade em abril e vai disputar o governo rodeada por ex-aliados do PSB no estado.
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Bahia.ba/Foto: Reprodução, redes sociais/Geraldo Alckmin