Nota das Direções Sindicais e Movimentos Sociais do município em defesa da saúde do povo de Amargosa, não é hora de reabrir o comércio!
Amargosa completa 43 dias sem nenhum caso confirmado do COVID-19, desde o primeiro caso registrado na Bahia. Muito por conta da rigorosidade adotada no isolamento social.
“Nós, dirigentes das representações sindicais e de movimentos sociais da cidade de Amargosa, vimos a público expor nossa posição contrária a qualquer medida que, neste momento, vise reduzir o isolamento social exigido pela Organização Mundial da Saúde, como a reabertura do comércio e serviços não essenciais da nossa cidade.
Novamente, nesta semana, a direção da representação local dos patrões de Amargosa (ACIAPA) insiste em cobrar, publicamente, a abertura do comércio colocando a “saúde” financeira das suas empresas acima da saúde dos trabalhadores do comércio e da população da cidade; na contramão da posição do sindicato dos trabalhadores do comércio (SINTRACAM), que vem desde do dia 22 de março de 2020 cobrando o fechamento do comércio, por falta de condições de segurança à saúde dos trabalhadores da cidade.
Hoje, Amargosa completa 43 dias sem nenhum caso confirmado do COVID-19, desde o primeiro caso registrado na Bahia. Muito por conta da rigorosidade adotada no isolamento social; fechamento do comércio, suspensão das aulas, fechamento da Indústria e outras medidas sanitárias.
Certamente, sem estas medidas o cenário seria outro. O que nos deixa perplexos são os patrões insistirem com tal medida descabida; exatamente no momento em que a pandemia avança no nosso estado, quando os órgãos competentes indicam que o grau de contaminação e óbito estão aumentando e que a tendência é o agravamento nos próximos dias.
Mais grave ainda é ver que os patrões cobram a abertura do comércio, mas até agora não apresentaram nenhuma ação propositiva para ajudar no combate ao COVID-19 na nossa cidade e muito menos um compromisso público de manter os empregos e salários. Ao contrário, muitos patrões já estão demitindo, inclusive, desrespeitando as determinações legais.
A situação é grave. Não podemos colocar em risco a vida da população de Amargosa reabrindo o comércio e favorecendo aglomerações. As medidas econômicas anunciadas pelo governo Bolsonaro são insuficientes; seja para a manutenção dos empregos e renda dos/as trabalhadores/as, seja para garantia do funcionamento da economia nacional. Reabrir o comércio local irá ampliar a exposição da população de Amargosa aos riscos da contaminação do COVID-19 e não salvará a economia local.
Neste momento, a saída é forçar o governo Bolsonaro (que insiste em menosprezar a pandemia) a fazer um forte pacote econômico, como feito em outros países, em que o Estado injete muito dinheiro para o combate a pandemia do Coronavírus, ofereça socorro financeiro imediato às pequenas e médias empresas, além de executar medidas econômicas urgentes que garantam os empregos e salários dos trabalhadores.
Os sindicatos e movimentos sociais seguem na luta pela garantia da vida, da saúde, dos empregos e dos salários dos trabalhadores. A SAÚDE DO POVO DEVE VIR EM PRIMEIRO LUGAR!
Amargosa, 11 de abril de 2020.
José Carlos Pires – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Amargosa – SINTRACAM
Samuel Almeida – Presidente da APLB/ Amargosa
David Teixeira – Presidente da Associação de Professores Universitários do Recôncavo – APUR
Antonio Brito Maia – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais/Amargosa – STR
Elielson Aquino – Dirigente da Seção Local da ASSUFBA/UFRB
Luciane Almeida – Diretora do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Amargosa
João Santos da Silva – Diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Urbana do Recôncavo (Sindilimp-Recôncavo)
Pe. Raimundo de Jesus Santos e Gicelma Rodrigues – Representantes da Cáritas Diocesana de Amargosa
Antonio de Jesus Nery – Diretor do SINDMETROPOLITANO
Adriana dos Santos e Cosme Santana – Direção da COOAMA”
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ASCOM