Mulheres lutam por mais participação na política em eleições municipais

Segundo o TSE, após as últimas eleições em 2016, as Câmaras municipais de todo o Brasil passaram a contar com quase 57 mil vereadores contra cerca de 8 mil vereadoras.

Segundo o IBGE, as mulheres formam a maioria da população brasileira, com 51,5% da população total, entretanto, estes números estão longe de refletir a realidade na política. Segundo o TSE, após as últimas eleições em 2016, as Câmaras municipais de todo o Brasil passaram a contar com quase 57 mil vereadores contra cerca de 8 mil vereadoras, o que representa apenas 12% de mulheres nas casas legislativas das cidades.

Um exemplo desta grande desigualdade de gênero é Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul. Nos últimos 70 anos, o município somou apenas 9 vereadoras e no último pleito não elegeu nenhuma mulher, o que coloca a cidade no índice de 23% das cidades brasileiras que não contam com nenhuma vereadora.

Entretanto, algumas lideranças locais de defesa dos direitos das mulheres se destacam na luta para mudar este quadro, como é o caso de Soelen Dipp, estudante de Direito que preside entidade social pela juventude de Passo Fundo. Militante desde a época da adolescência, Dipp busca seu espaço na cadeira legislativa para lutar pelos direitos daqueles que, apesar de maioria, são chamados de “minorias” e possuem pouco espaço na política, como LGBT’s, negros, mulheres, entre outros grupos.

“O número baixíssimo de vereadoras no país destaca não só a desigualdade muito preocupante existente no Brasil, como também mostra que são os homens que tomam decisões e criam leis que são de interesse das mulheres, muitas vezes, sem levar em consideração as vontades das mesmas e esta injustiça se estende para os grupos igualmente excluídos”, reforça Dipp.

Já a professora e líder sindical Regina Costa da Silva, a qual também luta por mais espaço das mulheres na política, acredita que a luta por igualdade de gênero beneficia toda a sociedade.

“Não ter nenhuma mulher na Câmara dos Vereadores não significa que não somos capazes de ocupar este espaço, mas sim do sistema democrático e dos partidos, os quais não dão espaços e condições para que possamos sermos agentes políticos. Estudos comprovam que quanto maior a presença nos parlamentos e no governo, menor é a incidência de corrupção nessas instâncias”, finaliza Silva.

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Henrique Rodrigues/ Diadorim Comunicação

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