Fabio Wajngarten já é alvo de processo administrativo no TCU por direcionamento político de verbas para TV
O Ministério Público Federal em Brasília pediu que a Polícia Federal abra inquérito para investigar o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten. Recaem sobre o titular as suspeitas de corrupção passiva, desvio de recursos públicos para proveito pessoal ou alheio (prática tipificada como peculato) e patrocínio de interesses privados na administração pública (conhecido como advocacia administrativa). As penas previstas para os crimes variam de 2 a 12 anos de prisão, multa, e até detenção de um mês a um ano.
Quem assina o despacho requerendo a solicitação é o procurador Frederick Lustosa, depois que o órgão passou a receber representações de diversos cidadãos baseadas em reportagens da Folha. O jornal revelou que Wajngarten é sócio majoritário de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de televisão, entre elas Record e Band, e de agências de publicidades contratadas pela Secom, ministérios e estatais do governo de Jair Bolsonaro.
O caso deve ser investigado em sigilo. Wajngarten não se manifestou sobre o pedido do MPF, mas ele tem negado irregularidades. O chefe da Comunicação de Bolsonaro é também alvo de processo administrativo no Tribunal de Contas da União, por suposto direcionamento político de verbas de propaganda para TV consideradas próximas do governo, entre elas Record, Band e SBT. A postura afronta princípios constitucionais, entre os quais o da impessoalidade na administração pública.
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bahia.ba/ Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil