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Médicos de Praia do Forte fazem manifesto contra retirada de profissional da UPA

Prefeitura explica que médico extra não é mais necessário devido a queda de casos da Covid-19

Um grupo de médicos da da Praia do Forte fez um manifesto contra uma decisão da prefeitura de Mata de São João de retirar um dos dois profissionais plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município a partir de outubro deste ano. A categoria pede a revisão da ação, que considera um “enorme retrocesso para a população” da cidade.

No texto, direcionado ao prefeito João Gualberto (PSDB), os médicos reforçam a necessidade de dois plantonistas na UPA, diante da pandemia da Covid-19 e da chegada da variante delta à Bahia. “Gostaríamos de lembrar que a Pandemia do Covid-19 ainda não terminou, sobretudo devido a variante delta, encontrando-nos com medidas restritivas recebendo casos de pacientes sintomáticos leves de menor gravidade, e não raro recebemos pacientes do grupo de risco que mesmo vacinados demandam o suporte de toda equipe devido maior gravidade do caso”, diz o documento.

Em entrevista ao Metro1, um dos médicos que atua na Praia do Forte e participou do manifesto classificou a decisão da prefeitura como “um risco muito grande”, que visa uma economia de recursos, mas coloca a população em perigo. Ele pediu para não ser identificado, com medo de uma possível retaliação.

“A UPA atende toda a região de Praia do Forte até Sauipe, é muita gente. Então é um risco muito grande termos apenas um médico plantonista. E não é só para a comunidade, mas também nos momentos de transferência. Você sai pra levar um paciente grave ao hospital e, nesse meio tempo, pode chegar outro grave. E aí?”, questiona.

O médico explica que o plantonista deve acompanhar o paciente durante as transferências ao hospital porque durante o caminho, algum sintoma pode ser apresentado e ele tem que dar assistência urgente naquele momento. Mas, segundo ele, o trajeto entre a UPA e o hospital de Mata de São João é percorrido durante 1h20 na ida e mesma coisa na volta. Durante esse tempo, outros pacientes podem ficar desamparados, sem a presença de outro médico na unidade.

“A emergência chega a todo momento e não escolhe hora. Isso é péssimo para a comunidade. Chegando um paciente grave, por qualquer motivo, e ele vir a óbito é gravíssimo. É a perda de uma vida pela falta de um profissional. Por isso, estamos questionando a retirada do outro médico. Sempre foram dois, acho que o motivo é econômico. Mas frente a uma morte, qualquer economia é boba”, declara.

Questionada, a prefeitura explicou que não há a retirada de um médico, e sim a volta à normalidade. Segundo a assessoria, foi incluído outro plantonista na UPA em 2020 para atender a alta demanda causada pela pandemia da Covid-19. Mas, como os casos da doença e as internações estão em queda no município, não haveria mais a necessidade do reforço.

“Sempre foi assim e sempre deu conta. Apenas voltou ao normal”, disse a assessoria, em resposta às preocupações. Ela ainda reforça que no final de semana, quando há um maior movimento na cidade, será mantida a permanência de dois médicos plantonistas na unidade, de sexta a domingo. Segundo dados da prefeitura, há, atualmente, oito casos ativos de Covid no município, todos em tratamento doméstico.

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Metro1

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