Maia diz que ‘cabe às instituições democráticas impor ordem legal ao grupo que confunde política com terror’
Presidente da Câmara criticou ato com pauta antidemocrática e inconstitucional em Brasília com participação de Bolsonaro. ‘Lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo’, diz Maia.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou neste domingo (3) o ato com pautas antidemocráticas e inconstitucionais realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com participação do presidente Jair Bolsonaro.
Em uma rede social, Maia disse que caberá “às instituições democráticas” impor o que chama de “ordem legal”. O deputado falou em “vírus do extremismo” e manifestou solidariedade a jornalistas e profissionais de saúde agredidos ao longo do fim de semana por apoiadores do governo.
“Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror. Minha solidariedade aos jornalistas e profissionais de saúde agredidos. Que a Justiça seja célere para punir esses criminosos”, publicou.
“No Brasil, infelizmente, lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo, cujo pior efeito é ignorar a ciência e negar a realidade. O caminho será mais duro, mas a democracia e os brasileiros que querem paz vencerão.”
Maia foi um dos alvos do protesto, que também pediu a saída do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O protesto contra o STF e o Congresso ataca dois pilares do sistema democrático, o que torna fora da lei os pedidos de fechamento. Os atos também criticaram o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
Faixas pediam o fechamento do STF e “intervenção militar com Bolsonaro”, o que é considerado apologia contra a democracia e, portanto, ilegal e inconstitucional.
Reações
Além de Maia, juristas, políticos e entidades repudiaram as agressões à imprensa e as pautas antidemocráticas e inconstitucionais do protesto.
“É inaceitável, é inexplicável que ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel de um profissional da imprensa é o papel que garante, a cada um de nós, poder ser livre”, disse a ministra do STF Cármen Lúcia.
“Jornalistas são agredidos, são assassinados, são o tempo todo mutilados nas suas funções, exatamente porque, ao oferecer as informações precisas que são necessárias para a informação de cada cidadão, para a responsabilidade da cidadania, para que cada um de nós possa ter acesso, a partir dessas informações, aos seus direitos e aos seus deveres.”
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G1/ Foto: TV Globo/Reprodução