Lira diz que carne na cesta básica é ‘preço pesado” e sinaliza votar tributária na próxima semana

O pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para isentar a carne deu um ”nó tributário’ no Ministério da Fazenda. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou certa resistência à inclusão de carnes na lista de produtos da cesta básica nacional, que terá alíquota zero quando a reforma tributária entrar em vigor.

”Não tem polêmica em relação a carne, nunca houve proteína na cesta básica, nunca houve. Se couber, a gente vai ter que ver quanto essa inclusão representa na alíquota que todo mundo vai pagar”, disse Lira a jornalistas ao chegar na Câmara na tarde desta quarta-feira (3). ”Todas as conversas são de análise item por item. Proteína, só a carne, dá quase 0,57% de [impacto na] alíquota geral. Acho que é um preço pesado para todos os brasileiros”.

O pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para isentar a carne deu um ”nó tributário’ no Ministério da Fazenda. A proposta original deixou as proteínas animais fora da cesta de alimentos básicos consumida pela população de baixa renda desonerada. O argumento foi que a inclusão de frango e aves, peixes e carnes vermelhas poderiam elevar a alíquota média final de 26,5% a 27,5%, prevista para os novos tributos.

Uma das ideias de Lula é diferenciar carnes nobres dos cortes populares. O problema é que a separação defendida pelo presidente exigiria uma nova classificação tributária no país. Deputados ouvidos pela reportagem afirmaram que a Fazenda tem dificuldade para separar em tempo hábil os tipos de carne. Lira também falou que é preciso ”entender as prioridades” e citou a possível ampliação do alcance do alcance do cashback, mecanismo que prevê a devolução de impostos para a população de baixa renda.

O PT levou ao grupo de trabalho a demanda de garantir 100% do cashback do imposto que incide nas contas de luz, água e gás encanado. ”A maior importância nesse sentido é manter e aumentar o cashback para as pessoas do CadÚnico com relação a serviços essenciais, por exemplo. Terá um efeito muito maior do que incluir a carne, por exemplo, na cesta básica”, disse Lira.

O presidente da Câmara também indicou que a expectativa é votar o projeto no plenário da Casa na próxima semana. O alagoano se reuniu por cerca de sete horas mais cedo nesta quarta com integrantes do grupo de trabalho para fazer ajustes ao relatório.

O parecer deverá ser divulgado na manhã desta quinta-feira (4).

O presidente da Casa também indicou que o segundo projeto que trata da regulamentação da reforma poderá ser analisado pelos deputados somente em agosto, após o recesso parlamentar.

”O outro projeto, os membros já estão dizendo que está pronto, a partir de amanhã nós vamos conversar, mas acho que, para não haver mistura entre os temas, esse segundo projeto só deve ficar mesmo para o segundo semestre, logo no retorno em agosto”, disse.

Folhapress

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