Política

Investigação de paternidade e petição de herança paralisam o inventário de ACM

No processo, aberto em 2019 e correndo em segredo de Justiça, Luiz Antônio Flecha de Lima, o Tota, pede a suspensão do inventário de ACM, que morreu em 2007.

Está em curso no Judiciário da Bahia, mais especificamente na 14ª Vara de Família de Salvador, uma “ação de investigação de paternidade e petição de herança” que envolve personagens poderosos: ACM, o dono da Bahia por quase quatro décadas; a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, conhecida do grande público como “a melhor amiga da Lady Di”; e o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, um dos mais influentes quadros do Itamaraty no final do século passado, hoje muito adoentado. 

No processo, aberto em 2019 e correndo em segredo de Justiça, Luiz Antônio Flecha de Lima, o Tota, pede a suspensão do inventário de ACM, que morreu em 2007.

Os advogados relatam que sua mãe, Lúcia, “teve um relacionamento afetivo” com ACM em 1974.

O resultado da relação foi o nascimento de Tota no ano seguinte: “como Lúcia era casada com Paulo Tarso”, o menino foi registrado “como filho do casal”. Lúcia morreu há quatro anos.

De acordo com os advogados, “é certo que ACM sempre teve conhecimento da sua paternidade, pois sempre dedicava carinho e atenção” a ele desde a sua infância.

A ação relata que em junho de 2007, um mês antes de morrer, ACM, então hospitalizado, revelou a Tota que era o seu pai biológico.

Já Lúcia “evitava tratar do assunto com o filho, mesmo após a morte” do ex-ministro. Mas em 2017, já com problemas de saúde e “como uma de suas últimas vontades” antes de morrer, admitiu a Tota que ele era filho do ex-governador baiano.

Em junho passado, Antônio Carlos Magalhães Júnior, primogênito de ACM e inventariante do espólio, concordou em fazer o exame de DNA pedido por Tota.

A pandemia, no entanto, travou o teste fundamental para a conclusão da ação. A previsão é que a coleta do material genético seja feita apenas após a vacinação contra a Covid ter sido concluída no país. 

Finalmente, os advogados pedem ainda que, se “a paternidade post mortem de ACM” for declarada, na certidão de nascimento de Tota seja mantido também o “nome do seu pai constante no atual registro, Paulo Tarso Flecha de Lima, haja vista a relação paternal que também os une”.

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O Globo

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