Imortal de Irará: Tom Zé toma posse na Academia Paulista de Letras

Cantor e compositor irá ocupar a cadeira 33, que era de Jô Soares. Cidade baiana celebra feito do filho ilustre.

O baiano cantor e compositor Tom Zé toma posse, nesta quinta-feira (17), como mais novo membro da Academia Paulista de Letras. Ele foi eleito em setembro com 32 votos dos 35 presentes.

Antônio José Santana Martins, o Tom Zé tem 85 anos e é filho da cidade baiana de Irará, , a 135 quilômetros de Salvador. A posse do filho ilustre é motivo de orgulho para toda cidade.

Morador da Zona Oeste de São Paulo irá ocupar a cadeira nº 33, que era ocupada pelo escritor e apresentador Jô Soares, que morreu em agosto deste ano.

O compositor, poeta, músico e ecologista escolheu São Paulo para viver e muitas de suas músicas contemplam a capital, como “São, São Paulo”, que ganhou o festival da Record em 1968.

Uma das figuras mais originais da MPB e ícone da Tropicália, Tom Zé se instalou em São Paulo e fez da cidade uma personagem importante da sua produção.

Logo após ter sido eleito, em entrevista à TV Globo, Tom Zé disse ter se surpreendido com a candidatura.

“Quando me falaram que eu ia ser candidato, eu de princípio tomei um susto natural. Mas, depois, quando eu comecei a conversar com uma ou outra pessoa, eles davam apoio me incentivando”, lembra o artista, que recebeu a notícia do maestro Júlio Medaglia, que já trabalhou e estudou com ele no passado, e também de José Renato Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras.

Nalini afirma que Tom Zé é um artista que, apesar de ser baiano, mora há mais de 50 anos em São Paulo e conseguiu traduzir como ninguém a essência paulista: “Um grande artista e poeta que continua atual.”

O fato de estar na cadeira ocupada por Jô Soares é visto como uma homenagem por Tom Zé. “O respeito que eu tenho pela figura que Jô foi nesse mundo civilizado”, ele diz.

Para ele, estar na Academia Paulista também simboliza a relação que tem com São Paulo.

“Eu sou o compositor que mais fez músicas falando de São Paulo. Então eu fui mesmo absorvido pela cidade”, afirmou.

Em 2022, o cantor e compositor de Irará lançou o álbum “Língua Brasileira”, uma obra musical que contempla, além da criação musical, a pesquisa em linguagem teatral, letras, antropologia e outras disciplinas e tem justamente o nosso idioma como foco.

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G1 Bahia

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