Haddad não garante salário-mínimo de R$ 1.320 em 2023 e diz que governo vai negociar com centrais sindicais

Valor em vigor, de R$ 1.302, foi fixado por Bolsonaro. Segundo ministro da Fazenda, inclusão de pessoas na Previdência durante campanha presidencial consumiu recursos antes separados para aumento maior.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não assegurou nesta quinta-feira (12) que o governo elevará o salário-mínimo para R$ 1.320 neste ano.

Atualmente, segundo Medida Provisória baixada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro do ano passado, está valendo o valor de R$ 1.302.

A proposta de orçamento para 2023 previa R$ 6,8 bilhões adicionais para custear o reajuste do piso prometido por Lula, mas o valor se mostrou insuficiente para elevar o valor para R$ 1.320, divulgado pela equipe de transição, após o novo governo tomar posse.

Segundo o ministro da Fazenda, houve aumento significativo no número de beneficiários do INSS, cujos pagamentos são, em sua maioria, atrelados ao mínimo.

“Esses recursos do orçamento foram consumidos pelo andar da fila do INSS. Porque a partir do início do processo eleitoral, por razões que não tem nada a ver com dignidade, a fila começou a andar”, disse Haddad.

Por conta da inclusão de novas famílias no INSS, o ministro afirmou que o governo está refazendo as contas. Acrescentou que, após esse recálculo, haverá uma negociação com as centrais sindicais sobre o salário-mínimo.

“A gente pediu para a Previdência refazer os cálculos para que a gente possa, na mesa de negociação com as centrais, avaliar adequadamente e responsavelmente como agir à luz desse caso”, acrescentou Haddad.

Ele afirmou que não houve rompimento do pacto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de ainda estar em vigor o salário-mínimo fixado por Jair Bolsonaro. Ele lembrou que, em R$ 1.302, houve um aumento real de 1,4% em 2023.

“Não tem pacto rompido, o presidente [Lula] cumpre sua palavra neste mês e cumprirá em todos os anos. É um compromisso de vida dele. Não posso submeter uma decisão sem os cálculos estarem refeitos”, concluiu.

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G1/Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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