Globo: nota confirma reportagem e mantém dúvida sobre sentido da fala do presidente.
O ministro chefe do Gabinete de segurança institucional, Augusto Heleno, enviou nota ao jornalismo da Globo com críticas à reportagem exibida no Jornal Nacional sobre as trocas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em sua segurança a cargo do GSI.
A nota afirma que a matéria é mal elaborada e que é uma tentativa de fazer uma reportagem maldosa contra o Presidente da República usando como exemplo a promoção do General Sá Corrêa, recém nomeado Comandante da 8ªBrigada de Infantaria Motorizada, de Pelotas-RS.
A nota prossegue dizendo que o então Coronel Sá Corrêa foi selecionado pelo Alto Comando do Exército, por seus méritos, para integrar a lista de escolha que seria levada ao Presidente da Republica. E que o Presidente não participa das reuniões de promoção de oficiais generais, que acontecem no Alto Comando das três Forças.
A nota afirma, porém, que compete ao presidente, por lei, examinar as listas de escolha levadas a ele pelo Ministro da Defesa e escolher, desses nomes, os promovidos. E que cabe ao presidente, o Comandante Supremo das Forças armadas, assinar os Decretos de Promoção.
Segundo a nota, o Coronel Suarez assumiu a Chefia do Departamento de segurança porque era o mais antigo depois do Coronel Sá Corrêa.
O ministro Augusto Heleno afirma ainda que, na reunião ministerial, falando para os seus ministros, e não em público, o presidente citou, apenas como exemplo, uma troca que desejasse realizar, na segurança pessoal dele. E que, caso houvesse qualquer oposição a essa troca, na ponta da linha, ele poderia chegar até a demitir o ministro para que sua decisão fosse cumprida.
A nota conclui afirmando que o presidente não se referiu a nenhum caso real que houvesse ocorrido com sua segurança pessoal.
Nota da Globo
Em resposta ao ministro, a Globo divulgou a seguinte nota:
“A nota do ministro do gabinete de segurança institucional Augusto Heleno confirma integralmente o que o Jornal Nacional publicou. Que o antigo titular da direção de segurança pessoal da presidência, o então coronel Sá Correa, foi promovido a general de brigada por escolha do presidente Bolsonaro. E que o substituto escolhido foi o número dois do departamento. Em nenhum momento, o Jornal Nacional questionou os méritos do general Sá Correa.
Quis apenas mostrar que a versão do presidente sobre o que disse na reunião ministerial de 22 de abril não encontra respaldo na realidade. O presidente reiteradas vezes afirmou que se referia à segurança dele, de sua família e de seus amigos, quando disse que tentou fazer mudanças na segurança do Rio e não conseguiu.
Como mostrou o Jornal Nacional, o presidente não teve dificuldades em fazer trocas no departamento responsável por sua segurança. Promoveu o titular, substituiu-o pelo seu adjunto e também trocou a chefia do escritório no Rio. Sem dificuldades.
Por fim, é de se destacar que a frase do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial de 22 abril ganha agora mais uma versão. Segundo o ministro Augusto Heleno, o presidente, ao mencionar a segurança no Rio, quis dar apenas um exemplo sobre o que faria caso quisesse realizar uma troca no setor e encontrasse oposição: poderia chegar até a demitir o ministro para ver a sua decisão cumprida, não tendo o presidente se referido a nenhum caso real que houvesse ocorrido. Registre-se também que o ministro Augusto Heleno não esclareceu por que motivo o presidente se viu compelido a dar esse exemplo.
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G1