Funcionários do ferry-boat protestam por segurança após colegas serem agredidos por passageiros em terminal
Vítimas tentaram impedir que suspeitos passassem por catracas depois que capacidade máxima de embarque foi atingida.
Funcionários do ferry-boat fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (31), no Terminal de São Joaquim, em Salvador, e pediram mais segurança para trabalhar. A manifestação foi realizada depois que dois colegas foram agredidos por homens no Terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica.
Os ferries das 7h e 8h desta terça não vão sair dos terminais, por causa do protesto. Os funcionários são da Internacional Travessias, concessionária que administra o ferry-boat. As agressões foram cometidas na noite de domingo (29), e os dois suspeitos foram levados à delegacia.
Um dos funcionários agredidos teve uma lesão no braço direito e ficou com hematomas no rosto. Identificado como Daniel, ele trabalha como controlador de tráfego, no setor de acesso de pedestres, e contou como a agressão aconteceu.
“Eu estava no meu posto de trabalho e acabei sendo agredido pelos usuários que queriam invadir e eu impedi a invasão deles. Eles ficaram agressivos, vieram para cima de mim e acabaram me agredindo. Infelizmente, eu não pude fazer nada, por falta de segurança e policiamento”.
O representante do sindicato da categoria, identificado apenas como Paulo, afirmou que os trabalhadores não têm segurança para trabalhar com tranquilidade. A reportagem entrou em contato com a Internacional Travessias, que ainda não se manifestou.
“Todas as empresas que trabalharam aqui tinham segurança para proteger os seus trabalhadores e essa empresa [Internacional Travessias] não contrata seguranças. Até quando a gente vai tolerar isso? Acabou. A gente só vai aceitar se essa empresa botar segurança. Já foi decidido em assembleia que se até o dia 15 não tiver seguranças o sistema vai parar”.
Caso
Na segunda-feira (30), a empresa informou que os trabalhadores tentaram impedir que os suspeitos passassem pelas catracas do terminal, depois que capacidade máxima de embarque foi atingida.
A Polícia Militar foi chamada até o local e levou os dois homens para a delegacia. Imagens gravadas por passageiros do ferry mostram o momento em que os homens chegam a derrubar um dos funcionários no chão e o chutam.
Uma confusão generalizada se formou no local e foi dispersada em seguida. Os dois homens não tiveram identidade divulgada. Um dos funcionários teve uma lesão no braço e precisou de atendimento médico. Não há detalhes sobre o estado de saúde dele. O caso é investigado pela Polícia Civil.