De acordo com levantamento realizado pela Veja, as regalias da sede do governo fazem inveja a estruturas de outros países, como a Casa Branca, dos EUA.
Com 3.234 funcionários, 102 carros, cinco consultórios odontológicos e uma folha de pagamento de R$ 160 milhões por anos, a estrutura do Palácio do Planalto está repleta de “mamatas” que o presidente Jairo Bolsonaro (sem partido) prometeu combater ao assumir o cargo. De acordo com levantamento realizado pela revista Veja, as regalias da sede do governo federal fazem inveja a estruturas palacianas de outros países, como a Casa Branca, dos Estados Unidos.
A reportagem revelou que o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, chegou a encomendar um estudo para enxugar custos, mas a proposta foi engavetada com sua demissão, em fevereiro do ano passado.
Ao tomar conhecimento de que o Palácio empregava mais de 3.200 servidores, que gerava uma folha de pagamento de R$ 160 milhões por ano – e que subia para quase R$ 250 milhões quando consideradas as demais despesas de custeio para a manutenção da estrutura palaciana -, o então ministro se preparou para realizar um enxugamento da estrutura palaciana.
“Meu objetivo era reduzir esse número em 30% em uma primeira fase e chegar a 50% no fim da reestruturação”, afirmou Bebianno à Veja. Na época, ele conseguiu obter o apoio de Vicente Falconi, um dos maiores consultores brasileiros em administração, que se dispôs a ajudá-lo na tarefa gratuitamente.
O enxugamento seria possível com o redesenho dos processos de trabalho de todas as áreas. O excesso de pessoal foi identificado em vários departamentos. “Cerca de 100 pessoas trabalhavam basicamente para rodar a folha de pagamento”, afirma Fabian Seabra, que coordenou o plano de reestruturação engavetado com a saída de Bebianno do governo, em fevereiro.
A estrutura palaciana, que segue intacta com a saída de Bebianno e Seabra, que também foi demitido em março. Além do edifício projetado por Niemayer, o Palácio conta com três anexos, além de um restaurante operado pelo Sesi.
No local há um mini-hospital, com profissionais de diversas especialidades, e um laboratório próprio, além de cinco consultórios odontológicos. A enfermaria que dispõe de treze médicos de várias especialidades, entre elas cardiologia, ginecologia e psiquiatria.
Os excessos ficam evidentes com a frota de veículos palacianos. Há 102 carros próprios destinados a transportar o presidente, o vice, ministros e alguns de seus auxiliares – a frota completa, porém, tem em torno de 240 veículos, contando os terceirizados, que incluem guincho e ambulâncias.
Para efeito de comparação, a Casa Branca e o Edifício Eisenhower, que abrigam, juntos, as equipes dos principais auxiliares do presidente dos Estados Unidos, somam aproximadamente 2 000 servidores.
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Bahia.ba/ Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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