A proposta da Secretaria Estadual da Educação (SEC) é transferir esses alunos para o Colégio Militar e para o Colégio Polivalente, mas ambos possuem modalidades “completamente diferentes”, sem ensino integral.
Temerosos com o aviso de fechamento do Colégio Estadual Maria José de Lima Silveira, em Jequié, estudantes e alunos decidiram acampar na unidade para chamar atenção da população e do Poder Público. Desde a última sexta-feira (10), eles se revezam para dar continuidade ao protesto, que não tem fim previsto. O plano do governo Rui Costa (PT) é municipalizar o prédio, o transferindo para a gestão municipal.
Um dos professores que participa da manifestação é Keldo Andrade, representante dos docentes. Procurado pelo Bahia Notícias, ele destaca as perdas que a comunidade estudantil pode ter, caso a desativação se efetive. “Esse colégio atende cerca de 640 alunos que fazem parte do Ensino Médio, que é diferenciado por ser integral. O aluno chega às 7h e só sai às 16h40, com direito a três refeições, duas merendas e um almoço”, defende o professor, acrescentando que a escola é premiada, com vários alunos em destaque na Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba) e outros concursos.
De acordo com Andrade, a proposta da Secretaria Estadual da Educação (SEC) é transferir esses alunos para o Colégio Militar e para o Colégio Polivalente, mas ambos possuem modalidades “completamente diferentes”, sem ensino integral.
Outro problema destacado por ele é o curso da noite para turma do EJA, programa de Educação para Jovens e Adultos voltado para pessoas que não tiveram condição de estudar em idade apropriada. O professor ressalta que o Colégio Maria José de Lima Silveira é o único da região com essa modalidade. “Se ele perde o colégio, se o colégio é fechado, ele não vai poder mais estudar porque os colégios mais próximos aqui não oferecem essa modalidade”, conclui.
Além dessas reivindicações, docentes e estudantes reclamam da falta de diálogo com a SEC, que afirmam ter apenas informado sobre o fechamento da unidade, sem qualquer possibilidade de discussão com a comunidade estudantil.
Diante deste cenário, o Bahia Notícias procurou a pasta, que nega a falta de diálogo. A secretaria afirma que se mantém em contato com a comunidade escolar para discutir a viabilidade da transferência dos estudantes para os Colégios Modelo, Estadual de Jequié (antigo Polivalente) e o Colégio da Polícia Militar. Segundo a secretaria, todos eles dispõem de infraestrutura adequada para atender os alunos.
Em nota enviada ao BN, eles informam ainda que “garantem o atendimento a todos os estudantes do Ensino Médio nas escolas estaduais da Bahia e, conforme determina o artigo n° 10 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n° 9.394/1996, asseguram o Ensino Fundamental a partir da colaboração com os municípios”. Dessa forma, o governo ressalta que “realiza estudos constantes para reorganização da rede escolar, o que leva em conta a frequência dos discentes nos últimos cinco anos, a capacidade de infraestrutura para atendimento, existência e escolas próximas com a mesma oferta e capacidade física para recepcionar os estudantes.
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BN/ Foto: Reprodução / Jequié e Região