Manual também estabelece que não haverá vestibular ou outro tipo de processo seletivo.
As escolas cívico-militares do governo do presidente Jair Bolsonaro terão “rondas” para monitorar os alunos, veto a uso de celular e regras específicas de corte de cabelo dos estudantes. As informações constam no manual obtido pela “Fiquem Sabendo”, agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI).
O arquivo é distribuído para todas as secretarias de educação do país que vão receber as unidades. Na Bahia, apenas uma escola será implantada, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.
O governo recomenda a realização de “rondas” para monitorar os alunos. “É recomendável a realização de rondas pelos monitores, com a finalidade de verificar se alunos estão faltando à alguma atividade sem autorização, orientando-os a comparecer à atividade o mais rápido possível”, diz o texto.
Conforme o documento, não haverá vestibular ou outro tipo de processo seletivo para ingressar em uma escola cívico-militar. A matrícula dos alunos será regulada pelas respectivas secretarias de educação. As unidades terão o máximo de 30 alunos por sala.
Celular em sala de aula está vetado, exceto com autorização do professor. Além disso, os militares só deverão se dirigir aos alunos se acompanhados de um professor.
Para os alunos do sexo masculino, considerando que o uniforme prevê o uso de boina, o cabelo deverá ser cortado de modo a manter nítidos os contornos junto às orelhas e o pescoço, “de forma a
facilitar a utilização da cobertura e harmonizar a apresentação pessoal”. O aluno ainda deve se apresentar bem barbeado, com cabelos e sobrancelhas na “tonalidade natural” e sem adereços, quando uniformizados.
Já as alunas podem usar os cabelos soltos apenas se estiverem curtos, acima da gola do uniforme. se forem longos, devem estar preso em “rabo de cavalo” ou tranças. “O cabelo deve ser cuidadosamente arrumado, a fim de possibilitar o uso correto da boina e a manutenção da estética e da harmonia na apresentação pessoal da aluna”. Além disso, segundo o manual, quando uniformizadas, as alunas poderão usar apenas adereços “discretos”, sem especificar o que seria enquadrado nesse termo.
Metro 1/ Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil