Entenda a crise da fiscalização do Pix, que abalou governo Lula

Ato normativo da Receita Federal, agora revogado, previa envio pelas instituições de dados de movimentações acima de R$ 5 mil, incluindo Pix.

O governo Lula (PT) decidiu revogar a instrução normativa da Receita Federal sobre o monitoramento das movimentações por Pix, o sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do Banco Central (BC), que está em vigor desde 2020.

A revogação foi anunciada na tarde desta quarta-feira (15/1) pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e pelo secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, após reunião no Palácio do Planalto.

A norma vinha sendo pesadamente criticada pela oposição e estava causando muito desgaste ao governo Lula. Além das críticas ao ato em si, visto como um cerco a empreendedores autônomos, há uma onda de fake news que acusavam de uma suposta taxação do Pix, que não existe pois a Constituição veda imposto sobre movimentações financeiras.

Entenda a situação do Pix:

A oposição, com destaque para o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), vinha criticando fortemente a medida, que agora cai.

Haddad afirmou a jornalistas que há “um grupo inescrupuloso” que tomou as redes sociais. A revogação foi a alternativa encontrada pelo governo para conter a crise que se instalou.

O movimento ocorreu em meio à troca no comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), com dispensa de Paulo Pimenta, que reassumiu seu mandato na Câmara dos Deputados, e substituição pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, que atuou na campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

O titular da Fazenda informou ainda que o presidente Lula vai editar uma Medida Provisória (MP) que “garante a não tributação do Pix, e o sigilo [bancário] na forma da legislação aplicada”.

Sair da versão mobile