Já em modo de campanha eleitoral, presidente deu sinal verde para um concurso da Polícia Federal
Depois de todo o conflito envolvendo o Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sinalizou que pretende mais uma vez bater de frente com seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que era considerado o pupilo de Bolsonaro no início do mandato.
Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o presidente deu sinal verde para um concurso da Polícia Federal, com 2.000 vagas, e indicou que deve fazer o mesmo com a polícia rodoviária, o que enfraquece os argumentos do ministro da Economia pela contenção de gastos.
A disputa mexe com uma das principais bandeiras de Bolsonaro, a segurança pública, que mobiliza parte importante da sua base eleitoral. A virada de chave do presidente para modo de campanha eleitoral, visando o pleito de 2022, tem provocado conflitos no governo.
Apesar de já ter sido anunciado, o processo seletivo virou polêmica jurídica —além de política. Um parecer interno da Economia veda o concurso, dizendo que contratações estão proibidas pela lei que congelou reajustes dos servidores até o fim de 2021. A exceção seria para preenchimento de cargos que ficaram vagos após maio.
Essa é a lei cujo veto parcial de Bolsonaro caiu no Senado e deixou Guedes furioso. O ministro chegou a dizer que senadores tinham cometido um crime contra o país. O entendimento do Ministério da Justiça, porém, é que o parecer está equivocado e deve ser refeito para liberar o preenchimento de todos os cargos vagos e não somente aqueles que ficaram livres neste ano.
A Polícia Federal diz que, mesmo que o parecer não mude, as contratações demoram e só ocorrerão após o prazo da lei. Segundo dados do órgão, sem concurso, o quadro de servidores será o menor dos últimos 15 anos, em 2022. Na Economia, a preocupação é que um novo entendimento abra precedentes, indo na contramão do enxugamento pretendido por Guedes.
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Bahia.ba/ Foto: Reprodução