Prefeituras e governo destacam ações, mas cobram apoio da população.
Salvador, Feira de Santana e Juazeiro estão entre as 175 cidades baianas que enfrentam uma epidemia de dengue. Em nove delas, 16 mortes já foram registradas.
Até a quinta-feira (14), 14 pessoas tinham morrido por dengue na Bahia. Na sexta (15), a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), informou que o número de óbitos pela doença subiu para 16 e que as duas novas mortes aconteceram em Piripá, cidade no sudoeste do estado. O perfil dos pacientes e a data das mortes não foram detalhadas.
Diante desse cenário, os municípios têm reforçado ações para atender o aumento de casos e, consequentemente, a pressão nos sistemas de saúde.
Na capital baiana, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde se uniu ao Exército para combater o Aedes aegypti, agente transmissor da dengue, e também da zika e chikungunya.
O objetivo da mobilização é capacitar soldados para criar “multiplicadores” de práticas e informações de combate ao mosquito. Na prática, a força militar vai se juntar aos agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses, repassando orientações preventivas para a população dentro e fora dos quarteis.
A diretora de Vigilância à Saúde da cidade, Andrea Salvador, destaca ainda o uso de “bombas costais” de efeito residual.
“Nós as utilizamos principalmente em escolas, postos de saúde, onde esse efeito residual, através dessas bombas, é colocar o inseticida nas paredes. Essas paredes ficam impregnadas e repelem o mosquito”, explica.
Em meio às ações do poder público, a diretora cobra que a população também colabore, prevenindo a proliferação do mosquito.
Já em Juazeiro, no norte do estado, a prefeitura relatou que atendeu mais de 250 denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti através do canal “Dengue Zap”. A gestão criou a ferramenta para auxiliar na identificação e combate aos focos de reprodução do mosquito.
“Estamos com os agentes em campo, nos turnos matutino e vespertino e nos fins de semana em áreas que consideramos de risco ou com índice de infestação preocupante”, afirmou o agente de endemias Diego Alves.
Ele reforçou o pedido da prefeitura para que a população receba os agentes em casa, e permita que o trabalho de prevenção e combate à proliferação do Aedes aegypti seja feito.
Sobrecarga em Itabuna
O município de Itabuna ainda não enfrenta uma epidemia da doença. Mas a gestão do Hospital Manoel Novaes ressalta a sobrecarga na unidade — dados apresentados na quinta-feira (14) mostram que o número de atendimentos subiu 250%. A média de pacientes recebidos por dia passou de 50 para 125.
O hospital reforça que apenas casos graves devem ser direcionados para lá. Pacientes com quadros de saúde leves podem se dirigir a outras unidades de saúde da região.
Ações do estado
Em todo o estado, o governo da Bahia também intensificou ações de sensibilização e mobilização para prevenir as três doenças transmitidas pelo mosquito.
Até sexta-feira, prédios e outras estruturas públicas estaduais foram vistoriadas e as áreas foram limpas, visando a eliminação de possíveis criadouros. Funcionários também foram instruídos a colaborar com a campanha.
O Corpo de Bombeiros, em parceria com a Sesab, também realizou ações de combate específicas nas cidades de Caculé e Barra do Choça, onde uma pessoa morreu.
“O combate e a prevenção às arboviroses é um trabalho conjunto, que envolve estado, município e também a população. Precisamos desse esforço conjunto, de cada um fazendo a sua parte, para contermos o avanço do Aedes aegypti em toda a Bahia”, pontuou a titular da pasta, secretária Roberta Santana.
Até o final da próxima semana, a corporação ainda irá aos municípios de Belo Campo, Carinhanha, Encruzilhada, Feira da Mata e Caetité.
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