Cortes no orçamento da UFRB gera demissões, paralisação de programas e redução de atividades em Amargosa
As demissões devem atingir setores como limpeza, motoristas, seguranças, entre outros.
Os impactos do bloqueio de verbas pelo Ministério da Educação (MEC) começam a mudar a rotina do Centro de Formação de Professores (CFP), campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Amargosa. Demissões de terceirizados, paralisação de programas de pesquisa e extensão, redução do funcionamento e outras medidas serão necessárias em todos os campus da UFRB para ajustar as contas devido ao corte de 36% em seu orçamento feito pelo governo federal.
Uma reunião foi realizada na manhã desta sexta-feira (04), com a presença de toda a comunidade acadêmica, onde foi apresentada a proposta de redução de despesas e o posicionamento da direção. As demissões devem atingir setores como limpeza, motoristas, seguranças, entre outros. Atualmente o CFP possui 51 trabalhadores terceirizados. Os cortes devem atingir quase 50% desse quadro, ou seja, cerca de 25 trabalhadores ficarão desempregados.
As Universidades Federais incluem o pagamento dos trabalhadores terceirizados como parte do custeio para sua manutenção, assim como contas de luz e água e aluguel de imóveis. As demissões estão inclusas como corte de gastos e já devem ocorrer ainda neste mês de outubro. Em Amargosa, o funcionamento de projetos como Casa do Duca, Tecelendo, entre outros, também devem ser atingidos pelo corte no orçamento.
No fim de setembro, quase R$ 2 bilhões foram liberados à educação pelo governo federal, porém o número ainda é insuficiente, visto que em abril deste ano o bloqueio de verbas chegou a R$ 5,8 bilhões. Todas as universidades federais, assim como a Universidade Federal da Bahia – UFBA se vêem obrigadas a tomarem medidas de redução de seu custo operacional, para continuar funcionado mesmo que em condições aquém do essencial.
A comunidade acadêmica planeja uma série de mobilizações para evitar que esses impactos comprometam o funcionamento do Centro de Formação de Professores. “Não vamos aceitar esse absurdo, é um retrocesso muito grande e os impactos sociais e econômicos serão sombrios”, disse um dos estudantes.
Os impactos dos cortes serão notórios, tanto na área econômica, quanto na social em Amargosa. Para saber o posicionamento da gestão do Centro, entramos em contato com o
“O CFP tem sido, ao longo desses anos, um importante marco no desenvolvimento intelectual, regional e econômico de Amargosa e Região. Para que a população tenha uma dimensão: o que seria Amargosa sem os mais de 150 professores, 47 servidores técnicos, mais de 50 servidores terceirizados e 1.500 alunos? Já imaginaram o que isso significa em padarias, alugueis de casa, supermercados, pousadas e outros?” Afirmou o vice-diretor eleito Prof. Dr. Tiago.
A diretora eleita do Centro de Formação de Professores, Profa. Dra. Creuza Silva também falou sobre os cortes e levantou a bandeira da resistência.“Os cortes anunciados em março, que agora se concretizam, inviabilizarão uma série de atividades e espaços construídos pela comunidade do CFP. Mas este CFP foi conquistado com muita luta e tenho certeza que a comunidade do CFP e a população de maneira geral saberá resistir a este retrocesso”
AmargosaNews