Segundo o presidente do colegiado, foi necessária uma manobra para garantir que a comissão não fosse encerrada após negociações do Planalto com senadores.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) declarou hoje (5) que tem recebido muita pressão por parte da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para encerrar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. O colegiado investiga a atuação do chamado gabinete do ódio, que está ligado diretamente aos filhos do presidente. Segundo Coronel, foi necessária uma manobra para garantir que a comissão não fosse encerrada após negociações do Planalto com senadores.
“Estamos tendo pressão para isso acabar, principalmente por parte da presidência da República, que foram os artífices para terminar essa CPMI agora no mês de abril. Recebi ligação do Planalto quase 0h, no prazo final do dia 14 de abril, para retirar meu requerimento de prorrogação. Não tirei, mas conseguiram tirar várias assinaturas de senadores que se renderam aos pedidos do Planalto. Retiraram achando que iria acabar naquela noite. Mas esqueceram que o bom baiano sempre tem uma carta na manga”, contou Coronel, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (5), durante o Jornal da Bahia no Ar. “Eu tinha sete assinaturas extras e coloquei faltando um minuto e conseguimos ter as assinaturas mínimas para sua prorrogação no número de senadores, já que na Câmara não mexeram”, acrescentou.
Coronel questionou o ímpeto de um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que entrou com um mandado de segurança para tentar barrar a CPMI e sua renovação. “Sempre me pergunto e pergunto para as pessoas do governo: do que é que vocês têm medo? Estão com medo que a CPMI chegue aonde? Por que essa pressão para acabar nosso trabalho? Eles ficam tergiversando sobre a pandemia. Mas a verdade é que eles têm problema. Ontem recebi um relatório, absurdo, com infográficos sobre os bots, perfis falsos e contas falsos que atacam sua reputação”, declarou o senador.
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Metro1/ Foto : Roque de Sá/Agência Senado