Chineses descobrem novo coronavírus transmissível a humanos
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Cientistas chineses descobriram um novo tipo de coronavírus em morcegos que pode ser transmissível de animais a humanos, já que utiliza o mesmo receptor humano do vírus que causa a covid-19.
Segundo os pesquisadores, trata-se de uma nova linhagem do coronavírus HKU5 identificada pela primeira vez em um morcego em Hong Kong. O vírus integra o subgênero merbecovírus, o mesmo da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), sendo capaz de se ligar à enzima conversora de angiotensina humana, receptor usado pelo vírus Sars-CoV-2, da covid-19, para infectar células.
“Relatamos a descoberta e isolamento de uma linhagem distinta (linhagem 2) de HKU5-CoV, que pode utilizar não apenas [a proteína] Ace2 de morcego, mas também a Ace2 humana e vários [genes] ortólogos de Ace2 de mamíferos”, disseram os condutores do estudo em um artigo publicado na última terça-feira na revista Cell.
Dessa forma, o merbecovírus de morcego pode ser transmitido a humanos de modo direto ou por meio de hospedeiros intermediários.
No entanto, os cientistas disseram que é preciso aumentar a monitorização do vírus, pois, ainda que se tenha verificado que a sua eficiência é “significativamente inferior” à da covid-19 , o “risco de ocorrência de HKU5-CoV-2 em populações humanas não deve ser exagerado”.
O estudo foi realizado em um laboratório na cidade de Guangzhou, na província de Guangdong, no sul da China, por cientistas da Academia de Ciências de Guangzhou, Universidade de Wuhan e Instituto de Virologia de Wuhan.
Casos respiratórios graves no Brasil
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, entre crianças e adolescentes de até 14 anos permanecem em alta após a volta às aulas no Distrito Federal e em cinco estados: Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
É o que aponta a última edição do Boletim Infogripe, divulgado na quinta-feira, no Rio de Janeiro, pela Fiocruz. O termo SRAG designa os casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, geralmente exigindo hospitalização.
– As crianças passam mais tempo em ambientes fechados e em maior contato, favorecendo a transmissão dos vírus respiratórios – explica a pesquisadora Tatiana Portella. O boletim acende também um alerta para as infecções por vírus sincicial respiratório, VSR – no Distrito Federal e em Goiás, o que tem provocado aumento de casos de SRAG entre bebês de até 2 anos.
Geralmente, o VSR circula mais durante o inverno, mas somente este ano foram registrados mais de 460 casos de SRAG motivados pelo vírus em todo o país, com 16 mortes.
Covid-19
No entanto, a covid-19 continua sendo a infecção viral mais letal: as mortes por SRAG este ano passam de 1 mil e mais de 81% dos óbitos com diagnóstico confirmado de algum vírus foram causados por covid-19. A maioria das vítimas eram idosos.
Em quatro estados, a pesquisa observou aumento de casos com sinais característicos de covid-19: Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. Neste último, chama a atenção a quantidade de ocorrências entre jovens e adultos.
Além disso, sete unidades federativas apresentam níveis de alerta ou risco nas tendências de curto e longo prazo, independentemente da causa: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
MSN
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