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Norovírus, oropouche ou dengue? Diferencie a virose de outras doenças

Saiba diferenciar casos do Norovírus com o de outras Doenças Diarréicas Agudas.

Um rápido levantamento feito pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Ciência e Saúde (ICS) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) indicou que, nos últimos 10 dias, 15 amostras testadas deram positivo para norovírus, um dos causadores das doenças diarreicas agudas (DDAs), comuns neste período do ano. Segundo o coordenador do laboratório, Gúbio Soares, as amostras chegam de forma avulsa para testagem e a recorrência na aparição do vírus chamou a atenção.

Para ele, esse aspecto pode indicar que a circulação do vírus aumentou, o que acende um alerta para a população. Conforme o médico infectologista Robson Reis, professor na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), o norovírus é um dos vírus mais comuns que causam as DDAs, ao lado do adenovírus, o rotavírus e o bocavírus.

Os grupos mais afetados pelas DDAs são idosos e crianças, que podem enfrentar sintomas mais graves da doença. “As principais complicações dessas doenças vêm, principalmente, pela diarreia, vômito, e muitas vezes por conta da dificuldade se alimentar e se hidratar. Por isso, os pacientes podem apresentar um quadro de desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos, insuficiência renal e até mesmo podem vir a óbito”, explica o médico.

Diante disso, identificar a doença e tratá-la rapidamente são passos importantes para evitar casos graves. Para o infectologista, a principal diferença entre as DDAs e outras doenças com sintomas parecidos é a intensidade da diarreia, principal característica da infecção pelos vírus. “Outras viroses também podem apresentar esse mesmo quadro de náuseas, vômitos, diarreia, febre e dor no corpo, mas esses sintomas não são tão intensos quanto nas viroses intestinais”, pontua Robson.

Falta de testes dificulta identificação do norovírus e outras viroses

Ainda segundo Robson, é difícil diferenciar imediatamente as DDAs de doenças como a dengue e a febre oropouche, por exemplo, que apresentam sintomas iniciais muito parecidos.

“Não é fácil distinguir essas doenças para o profissional de saúde que está ali na emergência. Para algumas delas, nós temos testes, a exemplo da dengue, que temos um teste chamado ns1, que algumas emergências dispõem”, explica Robson. Para identificar os vírus, é preciso realizar um teste chamado PCR, através do qual se identifica os painéis virais, mas eles não estão disponíveis na maioria das unidades de saúde.

“No SUS, nós não temos e boa parte dos hospitais privados não apresentam esses testes. São testes caros, disponíveis em poucos hospitais privados no nosso país”, pontua. Diante dessa barreira, é difícil observar a transmissão do vírus das DDAs, que são altamente infecciosos e podem ser transmitidos de pessoa para pessoa.

Em contato com o iBahia, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que não realiza a notificação dos casos de virose. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou o aumento de casos de norovírus, mas negou que há um surto da doença.

Além disso, a pasta pontuou que, mesmo diante do aumento, não há restrição para o atendimento de pacientes com quadro verde ou amarelo, níveis que os infectados pelo vírus costumam apresentar.

Especialista afirma que sintomas também podem ser tratados em casa

Apesar das possíveis complicações para os grupos nos extremos de idade, as DDAs podem ser tratadas em casa, no caso do público adulto. O foco na hidratação é a parte mais importante para reverter o quadro viral, uma vez que não existe remédio para estes vírus.

“É importante chamar atenção para hidratação oral, então aumentar a ingestão de líquidos como água, soluções isotônicas, sucos, chás e principalmente solução em hidratação oral, que pode ser aquele envelope disponível nos postos de saúde ou aquelas soluções que já vêm prontas e compradas na farmácia. [Também podem ser utilizados] medicamentos para náusea e vômito, dor no corpo [e] para febre”, orienta o médico.

O tratamento é feito através do combate dos sintomas, mas o especialista ressalta a importância de evitar remédios antidiarreicos. Ele também alerta que, caso a pessoa não consiga realizar a ingestão de alimentos ou água, é essencial a busca pela emergência. “Pacientes que apresentam sonolência, agitação, febre alta, debilidade intensa também devem procurar um serviço de saúde”, enfatiza.

Prevenção

Os vírus que causam as DDAs podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, mas também através do contato com água ou alimentos contaminados. Diante disso, os cuidados com a higiene são aspectos importantes para evitar a contaminação.

Isso quer dizer que é importante:

  • Manter as mãos sempre bem higienizadas;
  • Fazer a limpeza correta dos alimentos antes de consumi-los;
  • Evitar o consumo de comida na rua ou observar como é feito o preparo desses alimentos antes de consumi-los;
  • Evitar levar a mão à boca;
  • Prevenir o contato com água parada ou contaminada (Exemplo: regiões próximas a esgotos, áreas alagadas).

É importante ressaltar que o período chuvoso pode intensificar a transmissão dos vírus das DDAs, uma vez que as pessoas se mantém mais tempo em ambientes fechados e próximas umas das outras.

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