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Mesmo após alerta de epidemia, protocolo no porto de Salvador permanece inalterado

Diante do receio de contágio devido à origem dos navios, sindicatos de trabalhadores portuários demonstram preocupação.

Mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, na tarde de quinta-feira, 30, emergência global devido à epidemia do novo coronavírus (Doença Respiratória de 2019-nCoV), que já atingiu 19 países, o terminal de carga do porto de Salvador mantém os mesmos procedimentos para receber navios estrangeiros.

Foram recebidos, entre os dias 29 e 30 de janeiro, três navios oriundos de Hong Kong, Cingapura e China (países atingidos pela doença, sendo a China o epicentro do contágio) e é aguardada a entrada, no dia 3 de fevereiro, de uma nova embarcação, vinda de Cingapura.

Diante do receio de contágio devido à origem dos navios, sindicatos de trabalhadores portuários demonstram preocupação.

O presidente do Sindicato dos Estivadores, Flávio Santiago, por exemplo, mesmo ainda não podendo atrelar os navios a quaisquer doenças, disse que a categoria sente uma “preocupação enorme”. “Nós, trabalhadores portuários, temos contato direto com os tripulantes, e aí a gente não sabe exatamente quais são os procedimentos que devemos tomar. Eu observo que há uma preocupação muito grande das autoridades com o aeroporto, mas em relação ao porto, não há essa preocupação”, relatou.

Falta orientação

Segundo ele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) distribuiu cartilha explicando procedimentos e precauções a serem tomados para minorar os riscos de contágio, mas “ainda precisa ter outros esclarecimentos. Será que a máscara que devemos usar é a mesma que a gente já utiliza normalmente contra a poeira, ou teria de ser outra?”, indaga em relação às diretrizes apontadas pela cartilha da Anvisa.

“Outra coisa que nós estamos cobrando é uma inspeção prévia da embarcação”, continuou. A cobrança se deve porque a Anvisa não faz abordagem cautelar em navios em que não haja casos suspeitos relatados.

Conforme disse o órgão em nota, “os navios que não tiverem tripulantes ou passageiros apresentando sintomas que possam estar associados ao coronavírus recebem a vistoria de praxe da Anvisa: inspeção documental e inspeção física da embarcação”

O órgão ainda informou que aguarda novas orientações em relação à possibilidade de revisão de diretrizes. Além disso, informou que, na manhã de ontem, reuniu-se com os representantes dos terminais do porto para dar orientações sobre as atividades para controle do coronavírus.

Sem casos suspeitos

Já a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, por meio de nota, que portos e aeroportos estão sendo vistoriados e que não há, até o momento, nenhum caso suspeito da doença no estado. A Sesab ainda disse que aguarda novas orientações da OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Ainda de acordo com a nota, “o nível de alerta (sensibilidade) das equipes de vigilância epidemiológica e sanitária para o coronavírus é considerado elevado” e “a Bahia está revisando a capacidade instalada de hospitais com leitos de isolamento simples e isolamento com pressão negativa”.

Já Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que uma reunião para definir um plano de ação contra o nCoV-2019 deve ser marcada para a próxima semana.

Enquanto isso, trabalhadores portuários como Luís Santos, 40 anos, relatam que, mesmo sendo preparados pelo porto para lidar com a situação, “a gente fica com medo diante dessa situação toda que a gente está vendo no mundo”.

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A Tarde/Foto: Raul Spinassé/Ag. A Tarde

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