Após mais de 36 horas, Bolsonaro mantém silêncio sobre derrota
Até mesmo aliados do candidato do PL no exterior reconheceram vitória de Lula.
Após mais de 36 horas de oficializada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, na noite deste domingo, 30, Bolsonaro ainda não se pronunciou para reconhecer a derrota e parabenizar o adversário, como é o costume em todos os pleitos no Brasil e no mundo.
O silêncio se estende a todos os membros da família do presidente. Antes ativos nas redes sociais, os filhos e a primeira-dama não fizeram nenhuma publicação após as urnas revelarem prazo de validade do atual governo.
Apesar disso, muitos aliados de Bolsonaro, do Brasil e do exterior, aceitaram publicamente a derrota. Entre as lideranças estrangeiras, estão a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; a presidente da Hungria, Katalin Novak; e o presidente de Israel, Isaac Herzog.
Já no plano nacional, ainda no domingo à noite, o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), fez um pronunciamento em que cumprimentou Lula.
“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência. É preciso ouvir a voz de todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas”, disse Lira.
Pouco depois de encerrada a apuração, o ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (PL), que derrotou Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo, também anunciou a jornalistas o desejo de ter uma boa relação com a nova administração federal.
“Tenho certeza que São Paulo pode ajudar muito o Brasil, e o Brasil, obviamente, pode também ajudar São Paulo. Então, esse entendimento nós vamos buscar. E a partir do momento que houver uma convocação estaremos lá e buscaremos sempre o que é melhor para o estado de São Paulo”, destacou.
Outros aliados usaram as redes sociais. O ministro das Comunicações do governo federal, Fábio Faria, postou na sua conta no Twitter uma frase em tom de despedida.
“Você resgatou o nosso orgulho de ser brasileiro. Obrigado, Jair”, escreveu.
Eleito senador pelo União Brasil, o ex-ministro Sérgio Moro, que se reaproximou de Bolsonaro na campanha eleitoral, tentou consolar os seguidores e se colocar como oposição ao novo governo.
“A democracia é assim. O resultado de uma eleição não pode superar o dever de responsabilidade que temos com o Brasil. Vamos trabalhar pela união dos que querem o bem do País. Estarei sempre do lado do que é certo! Estarei na oposição em 2023, respeitando a vontade dos paranaenses”.
A deputada federal Carla Zambelli (PL), uma das mais radicais defensoras de Bolsonaro, escreveu nas redes sociais que será “a maior oposição que Lula jamais imaginou ter”.
A senadora eleita Damares Alves (Republicanos), ex-ministra de Bolsonaro, também usou o Twitter para comunicar que seu grupo político perdeu a eleição, mas “o amor” pelo país.
“Bolsonaro deixará a presidência da República em janeiro de cabeça erguida, com a certeza do dever cumprido e amado por milhões de brasileiros”, frisou.
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A Tarde