Após críticas e consulta pública, projeto de lei que muda Novo Ensino Médio é enviado para o Congresso

Escolas sem infraestrutura, falta de formação adequada dos professores e diminuição da carga horária de disciplinas tradicionais estavam entre as críticas ao modelo em vigor há dois anos.

O governo federal enviou nesta terça-feira (24) um projeto de lei para o Congresso para ajustar pontos do Novo Ensino Médio. O envio do documento com as novas diretrizes para essa etapa do ensino é a mais recente etapa na tentativa de eliminar críticas e problemas da reforma que mudou a grade curricular e oferta de disciplinas optativas em todas as escolas do país.

Veja abaixo os destaques das novas diretrizes:

Contexto das polêmicas sobre o Novo Ensino Médio

O novo modelo de Ensino Médio está em vigor há dois anos em todas as escolas do país, mas tem sido alvo de críticas. Alguns grupos defendem a sua revogação completa enquanto outros pedem apenas ajustes. Diante da pressão, o MEC abriu uma consulta pública com representantes de diversas entidades para chegar a uma proposta, apresentada agora.

Escolas sem infraestrutura (salas de aula em número insuficiente, por exemplo), falta de formação adequada dos professores e diminuição da carga horária de disciplinas tradicionais são alguns dos pontos que, segundo os críticos, podem ampliar ainda mais a desigualdade no acesso ao ensino superior entre os alunos da rede pública e os da rede particular.

“(O novo projeto de lei) revoga os itinerários formativos e retoma as 2,4 mil horas da Formação Geral Básica. Ou seja, converge com o PL 2601/2023. Há muito a ser melhorado no PL do governo, mas é uma sinalização importante à nossa luta por um Ensino Médio de qualidade”, avalia Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP e coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Pontos de atenção da proposta

Em entrevista ao g1 em agosto, especialistas apontavam que a proposta do MEC para o Ensino Médio tinha avanços, mas precisavam de ajustes em 2 temas.

Na versão final, apresentada nesta terça-feira, os pontos de atenção permanecem. São eles:

Carga horária do ensino técnico

Ofertas de itinerários formativos

Participação de entidades

As novas diretrizes e o projeto de lei foram apresentados pelo ministro Camilo Santana ao presidente Luiz Inácio da Lula nesta terça-feira (24).

De acordo com a assessoria do MEC, a entrega das novas diretrizes ao presidente Lula teve a participação de representantes do Conselho Nacional de Educação (CNE), do Fórum Nacional de Educação (FNE), do Fórum Nacional dos Conselho Estaduais e Distrital de Educação (Foncede), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

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