Iniciativa tem como intuito produzir solução tecnológica para apoiar ações de defesa civil e dos gestores.
As fortes chuvas que caíram na Bahia nas últimas semanas fizeram com que pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) desenvolvessem, em três dias, um aplicativo de monitoramento das águas em tempo real (clique aqui para acessar). A tecnologia irá ajudar no planejamento de ações e prioridades na reconstrução e atendimento às vítimas das enchentes, além de fornecer informações que irão ajudar no desenvolvimento de outras pesquisas ambientais. As informações estão disponíveis para toda a população.
A iniciativa de produzir uma solução tecnológica que pudesse apoiar as ações de defesa civil e dos gestores da Bahia, monitorando as chuvas e os reservatórios baianos surgiram no PPGM – Programa de Pós Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), com a ajuda da Start-up Geodatin, empresa de Geotecnologias criada por ex-estudantes do PPGM-UEFS envolvidos no Programa Mapbiomas, e atual parceira do PPGM em vários projetos.
O professor doutor Washington Rocha, que coordena o núcleo de pesquisa da PPGM, ressalta a parceria e a agilidade da empresa em realizar o projeto. “A Geodatin idealizou o portal e o desenvolvimento dos seus códigos, tendo retornado em três dias com um sistema já operacional. A empresa, que mantém um acordo de cooperação técnico científica com o PPGM/UEFS, se encontra incubada no Parque Tecnológico da Bahia, na Áity Incubadora, sob a gestão da Agência de Inovação da UNEB”.
O aplicativo criado serve para monitorar os dados disponíveis no Portal da ANA – Agência Nacional de Águas, referentes às chuvas e aos níveis de água nos reservatórios do estado, apontando, em tempo quase real, quando essas medidas atingem certos valores considerados críticos e que requerem maior atenção tanto das autoridades gestoras, quanto das lideranças locais. Há ainda um mapeamento das áreas potencialmente inundadas, a partir de dados de imagens de satélite, mostrando os locais que foram afetados pelas inundações.
O professor Washington explica também que por serem informações públicas e abertas devem e podem ser utilizadas pela população para manter-se devidamente informada sobre eventos que mereçam atenção. Mas o caráter técnico e científicos dos dados e das análises disponíveis serve de subsídio aos órgãos gestores no planejamento de ações e definição de prioridades, junto com outros dados estratégicos e de inteligência. O acervo de dados também deve alimentar abordagens complementares feitas por outros pesquisadores em temas correlatos e em projetos científicos e aplicados, sobretudo, envolvendo desastres ambientais.
Atualmente o monitor das águas enfatiza os locais onde houve aumento expressivo nas chuvas, nas últimas 48 horas, atingindo marcas de 50 e 100 milímetros por dia. “Mas em outros momentos o aplicativo pode ser reconfigurado para apontar os locais que se mostrem com deficiência de chuvas por período prolongado”, observa o professor Washington.
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A Tarde