Acusação de boicote de rádios a Bolsonaro é ‘gravíssima’ e geraria ‘desequilíbrio’, afirma João Roma
Deputado federal também falou sobre o apoio do presidente na região Nordeste e detalhou as expectativas da campanha na Bahia na reta final da corrida presidencial.
Nesta terça-feira, 25, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) visita os municípios de Guanambi e Barreiras, na Bahia. Para falar sobre o apoio do presidente na região Nordeste e também sobre a reta final da corrida presidencial, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-ministro da Cidadania e deputado federal, João Roma (PL). O parlamentar comentou a recente acusação do ministro Fábio Faria, que revelou, nesta segunda, 24, que uma auditoria contratada pela campanha do presidente flagrou a ausência de mais de 154 mil inserções de rádio da campanha do presidente Bolsonaro, que supostamente não foram veiculadas, o que equivaleria a 53 dias de transmissão: “É uma denúncia gravíssima. Nós já tínhamos alguns informes de pessoas que reclamavam e diziam que a propaganda não estava sendo veiculada. Fundamental nesse momento, já que o assunto está no âmbito judiciário, é instrumentalizar, pegar as clipagens disso e colocar a comprovação disso. De fato, isso é muito relevante no período eleitoral. Cada candidato precisa ter paridade de armas. Isso é o que caracteriza o 2º turno, onde os candidatos têm tempo igual de rádio e TV. E isso é fundamental para o fortalecimento da democracia”.
“É fundamental que isso se comprove, porque comprovando nós teremos encontrado um grande desequilíbrio no processo eleitoral brasileiro. Nós estamos vivendo em um momento muito tenso, essa é uma das eleições mais importantes da história do Brasil, como também uma das mais acirradas. É fundamental que haja o fortalecimento das instituições através da implantação de uma Justiça plena, com regras claras. Está havendo muito desequilíbrio nesse processo eleitoral. O avanço de medidas que começam a atacar a nossa aspiração da liberdade. Decisões que chegam a interferir em meios de comunicação. A Jovem Pan tem sido vítima disso, e sentiu na própria pele as consequências que uma acirramento como esse pode gerar dentro dos princípios da nossa nação”, declarou o parlamentar.
Roma também deu detalhes dos esforços da campanha de Bolsonaro na Bahia para diminuir a diferença para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 4º maior eleitorado do país. O candidato petista teve 69,73% dos votos no Estado, o que equivale a 5,8 milhões e mais que o dobro do atual presidente, que teve 24,31%, o que representa cerca de 2,4 milhões de votos. O deputado se mostrou otimista frente aos dados das pesquisas, que revelam uma crescente da campanha bolsonarista: “Nesse 2º turno, o candidato Lula ampliou 1% de vantagem na Bahia, enquanto Bolsonaro avançou 5%. Proporcionalmente, é uma grande diferença. Bolsonaro já saiu de 25% para 29%. Acredito que passa dos 30% na Bahia, o que sem dúvida nenhuma vai diminuir a quantidade de votos entre Lula e Bolsonaro na Bahia e no Nordeste. Na última eleição, a diferença do 1º turno para o 2º turno também foi vantajosa para o candidato Bolsonaro. Isso tende a se repetir na Bahia nesse 2º turno. O 2º turno é uma outra dinâmica de campanha, em especial, aqui no Nordeste, as campanhas de deputados estaduais e federais exerce um grande magnetismo, uma grande estrutura no 1º turno”.
“Agora, fica mais claro para a população que deve discutir os projetos, o que cada candidato tem feito, como está o Brasil e o que cada um pretende para o futuro do Brasil. Acredito que nós vamos diminuir essa diferença de Bolsonaro para Lula no Nordeste. Estamos somando esforços e muitos prefeitos e parlamentares que no 1º turno não manifestavam apoio a Bolsonaro, com receio de olharem a pesquisa e se influenciarem por isso, agora no 2º turno estão se manifestando. A campanha de Bolsonaro cresceu no Nordeste e na Bahia”, afirmou. Roma também comentou a neutralidade de ACM Neto (União Brasil), candidato ao governo da Bahia, e disse que o político não quer se associar a Bolsonaro para não perder votos.
Apesar da ausência do candidato no palanque bolsonarista, o deputado reforçou que ACM é o candidato apoiado pelo PL no Estado e que demais políticos aliados ao ex-prefeito de Salvador estão com Bolsonaro no 2º turno: “Na Bahia, nós declaramos apoio ao candidato ACM Neto pois deixamos muito claro que o nosso adversário, na Bahia e no Brasil, é o PT. Desta maneira, colocamos com clareza que o candidato ACM Neto permanece na mesma tese do 1º turno. Ele se mantém neutro perante à eleição nacional, acho que ele tem receio e interpreta que tem uma parcela do eleitorado que vota no candidato Lula e que vota nele. Então, ele continua sem manifestar a sua opinião sobre a eleição nacional. Da mesma maneira, nós estamos engajados e buscando seguir nesse apoio fortalecendo as bases. Hoje mesmo, na Bahia, teremos presença de pessoas que estavam no palanque de ACM Neto no 1º turno e que neste 2º turno, passadas as eleições proporcionais, estão se manifestando à favor do presidente Bolsonaro”.
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JP