Prefeito de Salvador definiu como “surreal” o presidente tentar enfraquecer e desautorizar o ministro da Saúde
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), definiu como “surreal” a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tentar enfraquecer e desautorizar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que esteve a um passo de ser demitido na segunda-feira (6).
Ao bahia.ba, nesta terça (7), Neto pediu que Bolsonaro “dê paz para o ministro trabalhar” no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“É surreal a gente acompanhar presidente enfraquecendo, desautorizando seu ministro. Trabalhando para jogar questionamentos na condução técnica que o ministro vem dando. Se isso seria inaceitável em um momento comum, de tranquilidade, torna-se inimaginável num momento de crise como essa. E mais surreal ainda porque o ministro vem fazendo o seu trabalho com muita competência”, afirmou.
Para o presidente nacional do DEM, é “lamentável” que Bolsonaro esteja realizando articulações contra Mandetta, além de ser “um desperdício de tempo e energia que não leva a lugar nenhum”.
“Eu espero que, depois de ontem, que o presidente decidiu manter o ministro no cargo, dê ao ministro paz para trabalhar. Ninguém consegue trabalhar desse jeito, sem saber se no dia seguinte seu nome vai estar sendo fritado na imprensa ou no Diário Oficial. Tudo que o país não precisa é disso”, disse.
As declarações do prefeito de Salvador ocorreram durante o início da ação para aplicação de testes rápidos contra a doença nas ruas da cidade. Na ocasião, ele se definiu como um gestor “rigoroso na cobrança e firme na busca no resultado de trabalho”, mas que sabe “atuar como coordenador de um time, dando suporte e força para as pessoas trabalhares no que têm que trabalhar”.
“Estamos vivendo a crise mais séria, não só de saúde pública, mas eu diria que o maior desafio da minha geração e a dos meus pais, com certeza. Em um momento como esse se espera coordenação, trabalho articulado, suporte técnico e científico na tomada de decisões. Nunca ninguém me viu expor nenhum colaborador meu publicamente. Tudo o que nós não precisamos é de duvida na condução. Agora o que se precisa é clareza, firmeza e autoridade para tomada de decisões. O ministro já disse, e esse é o mesmo norte que utilizamos aqui: o embasamento na tomada de decisão tem que ser científico, técnico, profissional. Não pode ser o achismo”, concluiu.
Siga o Recôncavo no Ar nas redes sociais e fique por dentro de todas as informações e transmissões ao vivo na nossa página oficial.
bahia.ba/ Foto: Matheus Morais/bahia.ba