Depoimento sobre joias sauditas durou duas horas e meia ao delegado Adalto Machado, de São Paulo.
O depoimento à Polícia Federal (PF) do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), durou duas horas e meia na tarde desta segunda-feira (22).
A oitiva foi realizada no âmbito do inquérito que investiga as joias entregues pelo governo da Arábia Saudita ao Brasil em outubro de 2021.
Cid foi ouvido por videoconferência, já que está preso no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, e os investigadores estão na PF de São Paulo.
Segundo fontes relataram à CNN, o militar respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado Adalto Machado, responsável pela investigação, e reforçou que fazia parte de seu trabalho como ajudante de ordens buscar presentes para a Presidência da República.
A oitiva estava marcada para 3 de maio, mas a PF prendeu o tenente-coronel durante a madrugada na investigação de supostas fraudes em cartões de vacina, reagendando o depoimento do caso das joias sauditas para esta segunda-feira.
Em 5 de abril, no primeiro depoimento, o militar também declarou à PF que buscar presentes recebidos pelo então presidente era algo “normal”, “corriqueiro”, na ajudância de ordens da Presidência.
Conforme fontes a par da investigação ouvidas pela CNN, Cid afirmou ainda que Bolsonaro teria pedido a ele para “verificar” a situação das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas na alfândega e incorporar ao acervo da Presidência.
Esse segundo depoimento foi marcado porque a PF quer fechar todos os elos da história. Os delegados querem esclarecimentos sobre a participação de Cid na tentativa de liberação das joias.
O militar foi o responsável pelo envio de um ofício à Receita Federal, em 28 de dezembro, determinando a “incorporação de bens apreendidos”. Foi esse o documento apresentado pelo ajudante de ordens da Presidência Jairo Moreira da Silva para um auditor fiscal na alfândega, sem sucesso.
A Receita reteve as joias em 26 de outubro de 2021, quando uma comitiva do governo desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os itens preciosos estavam na bagagem de um assessor do então ministro de Minas e Energia, que foi escalado pela Presidência para representar o governo em viagem ao país saudita.
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