Cidades

A história do homem que doou parte do fígado e perdeu 14 quilos para ajudar a filha bebê em Araci

A esposa de Pedro não podia ter filhos e o casal pensava em adoção.

O que você faria para salvar a vida do seu filho? Um morador do município de Araci, a 220 km de Salvador, doou uma parte do seu corpo e perdeu quilos para isso. O motorista Pedro Reis da Silva, de 47 anos, contou ao Aratu On sobre a ação, que comoveu a população local. 

A esposa de Pedro não podia ter filhos e o casal pensava em adoção. Depois de algum tempo, eles acabaram desistindo da ideia. Porém, de forma surpreendente, a mulher engravidou. “Isso é coisa de Deus! Por nossa experiência você não teria filho nunca”, disse o médico para ela, segundo Pedro.

Dado à forma em que a gestação aconteceu, a pequena recebeu dos pais o nome de Maria Vitória. Contudo, o casal não esperava passar por mais um processo complicado. O bebê havia nascido com uma doença rara, e após vários exames, os pais souberam que a menina precisava de um transplante.

O diagnóstico de Atresia de Vias Biliares, que ataca o fígado, foi dado há seis meses por uma médica de Feira de Santana. Antes, os pais haviam levado a garota para as cidades vizinhas de Conceição do Coité e Serrinha, mas não conseguiam encontrar solução para o problema dela.

“Tudo que minha filha comia, defecava logo em seguida. Depois ela começou a ficar com os olhos amarelados”, relatou Pedro. Mas a partir do diagnóstico, a família foi orientada a ir para São Paulo, onde encontraria atendimento especializado para o caso.

A decisão pela viagem foi rápida. A menina foi levada à uma unidade de saúde, que, após avaliação, encaminhou a garota para o Hospital Sírio Libanês. Pedro ressaltou que tudo aconteceu de forma rápida, mesmo sendo um atendimento feito pela rede SUS.

O pai se prontificou a ser doador de parte do seu fígado em benefício da vida da filha, mas os médicos lhe apresentaram um novo desafio: “Eu estava com uns cem quilos e eles me disseram que eu precisava perder 14 antes da cirurgia”.

Na ocasião, a família estava hospedada em casa de parentes e o motorista teve que correr contra o tempo para chegar ao peso ideal, conseguido em apenas um mês. “Fiz uma dieta à base de folhas e ovos e também fazia algumas caminhadas”, disse.

Há pouco mais de três meses, aconteceu a cirurgia que durou cerca de 10 horas. “Eu como pai não pensei duas vezes. Eu faria qualquer coisa por minha filha. Foi um ato de amor!”.

A DOENÇA

A atresia de vias biliares é uma doença progressiva do fígado  que se apresenta com obstrução biliar exclusivamente no período neonatal. Embora a incidência geral seja baixa (aproximadamente 1 em 10.000 a 20.000 nascidos vivos), a atresia biliar (AB) é a causa mais comum de icterícia neonatal para a qual a cirurgia é indicada e a indicação mais comum para transplante de fígado em crianças.

A icterícia (coloração amarelada de pele e olhos) em recém-nascidos é comum e, na maioria das vezes, fisiológica; entretanto, o aumento da bilirrubina direta (BD) traduz a presença de doença hepatocelular ou biliar e necessita de exploração clínica urgente. Nesses casos, o esclarecimento precoce do diagnóstico etiológico e a instituição do tratamento adequado exercem influência decisiva na sobrevida e na qualidade de vida de muitos pacientes.

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