Boato de ‘criatura estranha’ assusta moradores de Itaparica em Vera Cruz
Ao menos é isso que garante um boato que circula por grupos de WhatsApp e outras redes sociais dos moradores da Ilha de Itaparica.
O toque de recolher imposto pelo Governo da Bahia restringe os rolés de humanos pelas ruas do estado, mas não está afetando criaturas “do outro mundo”. Ao menos é isso que garante um boato que circula por grupos de WhatsApp e outras redes sociais dos moradores da Ilha de Itaparica.
Ninguém sabe ao certo o que seria o bicho. Chupa-cabra, lobisomem, pé-grande e homem-macaco são alguns dos palpites, mas a única certeza da história é que o bicho feio estaria rondando as ruas da Ilha de Misericórdia – o nome do local é bem apropriado para o fenômeno, inclusive -, ajudando a garantir o lockdown parcial na Ilha.
“Está todo mundo falando sobre isso, os grupos do ‘zap’ e ‘face’”, revela Marise, dona de um restaurante em Itaparica. “Eu acredito que é algum besta tentando assustar as pessoas”, teorizou, cética, Gerusa, outra residente.
A versão de Gerusa parece ter ganhado força, tanto que um novo boato aponta que, na verdade, trata-se de um homem fantasiado, que inclusive teria sido localizado e preso pela polícia. O CORREIO entrou em contato com delegacias da região e todas disseram desconhecer a versão.
Fotos são reais, pero no mucho
As fotografias que circulam são duas. Uma mostra a criatura com braços longos andando ao lado do que parece ser uma igreja. A outra retrata o que parece ser uma família de “monstros”, com pais e um filhote, andando por uma estrada de terra escura.
Com uma busca reversa no Google, as imagens não apareceram em nenhum contexto diferente deste boato. Ou seja: elas, provavelmente, foram criadas especificamente para dar vida à história.
O designer Francisco Patrício, especialista em edição de imagem, analisou as fotos e não encontrou nenhum indício de edição digital.
“A primeira tá muito bem feita, por causa das sombras. O bicho está indo de encontro à luz, e ela tá muito certinha à frente do bicho. E na segunda está muito difícil de identificar até mesmo existência de sombra por não estar iluminado”, analisou.
Resumindo: há chance das fotos serem verdadeiras, mas isso não significa que elas sejam reais. Ambas estão com baixa luminosidade e definição. Com isso, é fácil alguém fantasiado, por exemplo, parecer muito mais assustador que o normal.
Outro detalhe desta foto atrapalhado pela baixa luminosidade é a placa pendurada na parede da igreja. Ela, aparentemente, está escrita com alfabeto árabe – o que colocaria uma pá de cal nesta história. Porém, não é possível ter certeza.
“Não dá para cravar se são falsas ou verdadeiras. Porém, fotos em baixa resolução são perfeitas para ilusão de ótica. Pode se fantasiar e ir para o escuro que assim fica fácil criar algo que pareça real”, conclui.
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Voz da Bahia