Política

Mandetta não vê clima para saída de Bolsonaro e diz que deposição de Dilma foi ‘autogolpe’

Acabo de ver ele eleger o presidente da Câmara, do Senado… Aquele mundo em Brasília não dá nenhum sinal de que isso prospere”, avaliou Mandetta.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não vê possibilidade de impeachment do presidente Jair Bolsonaro neste momento. Na avaliação dele, faltam vontade política e apoio popular a um processo como este, diferente do ocorrido com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Para Mandetta, inclusive, o impeachment da petista foi um “autogolpe” do próprio partido.

As afirmações do ex-ministro foram feitas em entrevista nesta sexta-feira (5) ao programa “Isso é Bahia”, da rádio A TARDE FM em parceria com o Bahia Notícias. 

“Motivos para fazer o impeachment da Dilma eram muito frágeis. Se fosse por motivo de desrespeito, negligência à vida, acho que os motivos seriam mais robustos do atual presidente, mas não vejo clima. Acabo de ver ele eleger o presidente da Câmara, do Senado… Aquele mundo em Brasília não dá nenhum sinal de que isso prospere”, avaliou Mandetta.

Deputado federal em 2016, Mandetta votou a favor do impeachment de Dilma e acredita que o PT acabou criando as condições para afastá-la do mandato. O objetivo seria deixar que reformas duras na economia fossem feitas por Temer para que a sigla faturasse com a impopularidade do presidente.

“Eu acho que o próprio PT fez o impeachment da Dilma. Você tinha um governo com uma base de 140 deputados na época, e ela precisava de 30 votos dos outros 400 deputados. Fizeram de uma maneira em que o PT não tivesse que apresentar as reformas, as soluções para uma crise que o próprio governo tinha criado. Aquilo dali foi uma somatória da própria agremiação política dela que induziu que o Temer assumisse na frente para poder se tornar um crítico do Temer e dizer que foi um golpe, mas foi um autogolpe”, analisou. 

ELEIÇÕES 2022
Visto dentro do seu partido – o DEM – como um potencial candidato à Presidência da República em 2022, o ex-ministro evitou afirmar que vai disputar o cargo, mas disse que quer participar das discussões sobre projetos para recuperação econômica e mitigação dos efeitos sociais da pandemia no Brasil.

“Eu só quero estar como cidadão participando de uma eleição em 2022 por algo que eu acredito, que eu ache que vale a pena. Neste momento, eu queria ver os partidos apontando quais os caminhos para a educação, como a gente vai fazer para enfrentar o drama do pessoal da cultura, como serão as políticas no pós-pandemia. Era isso que eu queria ver os partidos debatendo, apontando caminhos, para, lá na frente, a gente discutir nomes. Numa posição eu posso sair distribuindo santinhos, mas por algo que acredito”, afirmou. 

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Bahia Notícias/Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

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