‘Bolsonaro é fruto dos erros do Lula’, diz ex-deputado Eduardo Jorge
Médico sanitarista, ex-candidato à presidência critica comando de Bolsonaro na pandemia: “Vai levar o país ao desastre”
Médico sanitarista e ex-deputado federal, Eduardo Jorge (PV) comentou o processo eleitoral de 2018, quando concorreu à vice-presidência na chapa de Marina Silva (Rede) e disputou com Jair Bolsonaro. Segundo ele, desde os primeiros debates iniciais, ficou evidente que o atual presidente não tem capacidade de conduzir o país para garantir mudanças positivas e importantes. Em entrevista a Mário Kertész hoje (16), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, Eduardo Jorge criticou o PT e creditou a eleição de Bolsonaro aos erros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu disse uma coisa naquela época chocou muito, mas agora muita gente passou a repetir: Bolsonaro é fruto dos erros do Lula. Os governos da democracia, do PSDB e do PT como principais partidos da redemocratização, como MDB, foram uma coisa muito boa para o povo. Muita coisa foi feita por esses partidos nesse período de democracia, precisamos ser justos com esses partidos”, afirmou.
“A eleição de 2018 foi um ajuste de contas não com os acertos do PT, mas com desacertos do PT. A pessoa que aparecia como mais radicalmente anti-PT era o Bolsonaro. A pessoa que queria fazer esse ajuste de conta e punir o PT por esses 16 anos de erros absurdos votavam nele. Não queriam conversar. A gente tentava conversar nas ruas e nas feiras e as pessoas perguntavam se a gente era contra ou a favor do Lula. Nós somos a favor de nossas propostas. Criticamos o Lula e o Bolsonaro com nossas propostas. O PT não teve a humildade e visão de abrir espaço para abrir um candidato mais de centro para vencer essa onda bolsonarista anti-lulista”, acrescentou o ex-parlamentar.
Eduardo Jorge comentou a atuação do governo diante da pandemia de coronavírus. Ex-secretário de Saúde de São Paulo em duas oportunidades, ele revelou preocupação com os rumos do país diante do avanço da doença e da falta de ações de Bolsonaro. “Em março de 2020, eu como médico eu vi que as insanidades a as posturas imprudentes do presidente chegaram a um grau máximo com a atitude dele frente à pandemia mundial. Ele tinha atitudes erradas em outras políticas públicas, mas aí era uma questão de oposição onde lutávamos no Congresso, nos sindicatos e nas ruas”, disse o ex-deputado.
“Agora, o que disse em março era que o presidente da República, que tem a tarefa de coordenar o trabalho de enfrentamento a uma pandemia como essa, trabalhando em conjunto com estados e municípios, dizer que a pandemia não é importante, que não fará nada, que é uma gripezinha e vai prejudicar a economia, o governo e a reeleição dele, eu vi que o sujeito iria levar o país ao desastre”, afirmou.
Para o político do PV, não há outro caminho a se discutir se não o impeachment de Bolsonaro. “É o remédio constitucional, o vice tem que assumir. Alguns da oposição diz que o vice é general. Mas a constituição diz que, quando o presidente é impedido, o vice assume. É general, mas é vice e pelo menos ele acha que a ciência existe. O presidente acha que não vale nada”, disse o ex-candidato à presidência.
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Metro1