Após 10 anos, Estaleiro Enseada volta às atividades e deve gerar 1.200 empregos
Com início da produção prevista para 2025, o projeto contribui para o avanço da tecnologia naval e renovável no país.
Após uma década de inatividade, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), localizado em Maragojipe, na Bahia, anunciou a retomada de suas operações, desta vez voltadas para a construção de barcaças. O projeto integra uma iniciativa nacional que envolve quatro estaleiros nas regiões Norte e Nordeste, com o objetivo de fortalecer a indústria naval brasileira.
A nova etapa prevê a construção de 80 barcaças, cada uma com capacidade de transportar 2.900 toneladas de produtos, sendo parte de um programa financiado pelo Fundo da Marinha Mercante. A previsão é que a produção tenha início nos primeiros meses de 2025, aproveitando a infraestrutura existente do estaleiro, que exigirá apenas adequações mínimas. Segundo Bernardo Júnior Brasil, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Recôncavo (Stim), o processo de recrutamento já está em andamento no distrito de São Roque, com expectativa de contratar 300 trabalhadores diretos e gerar 900 empregos indiretos.
Infraestrutura robusta e diversificação de atividades
Com um investimento inicial superior a US$ 1 bilhão, o Estaleiro Enseada foi projetado para atender às demandas complexas do setor offshore, incluindo a construção de plataformas e navios especializados. Entre seus diferenciais estão uma capacidade de processamento de mais de 100 mil toneladas de aço por ano e um cais de 1.000 metros de extensão, posicionando-o como uma das infraestruturas mais avançadas do segmento no Brasil.
Além de suas operações navais, a Enseada mantém um Terminal de Uso Privado (TUP), com 750 mil m² de área alfandegada, dedicado a exportações e granéis sólidos e carga geral. Recentemente, o estaleiro ampliou sua atuação para o setor de energia renovável, produzindo componentes para aerogeradores e desenvolvendo projetos voltados ao transporte verde, uma tecnologia promissora na transição para uma matriz energética sustentável.
Parceria estratégica e impacto socioeconômico
A reativação do estaleiro é fruto de uma parceria com a Tenenge, ambas pertencentes ao Grupo Novonor, que comemora 80 anos de atuação. Reconhecida por sua relevância nos setores de infraestrutura, petróleo e gás, a Novonor reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
O novo projeto consolida o papel do Estaleiro Enseada como um agente estratégico na indústria naval e como um motor de geração de empregos e inovação tecnológica. A retomada não apenas revitaliza o setor, mas também posiciona o Brasil como referência global em soluções marítimas e energéticas sustentáveis.
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