Moradores de Maracás fecham BA-026 em protesto
Eles reivindicam obra de asfaltamento na estrada, uma das vias utilizadas para o escoamento da produção agrícola na região.
Moradores da zona rural de Maracás iniciaram a semana com protesto, interditando a estrada de chão que liga Pé de Serra, distrito às margens da BA-026 ao Povoado de Porto Alegre. Os manifestantes fecharam, nesta segunda-feira (09/1) a estrada vicinal, atendo fogo em pneus velhos, impedido a passagem de veículos no local, até a chegada da Polícia Militar, através da 3ª CIPM, sob o comando do Major Alécio Lima, que negociou presencialmente com os manifestantes a liberação da via.
Eles reivindicam obra de asfaltamento na estrada, uma das vias utilizadas para o escoamento da produção agrícola na região, além de ser o principal canal de acesso as instalações da Largo Brasil, mineradora que explora vanádio no interior do Município desde 2014. Representando o prefeito Soya Novaes (PDT), o secretário municipal de Infraestrutura, Danilo Oliveira, esteve no local da manifestação momentos antes da negociação para o desfecho e teria articulado a visita dos manifestantes ao gabinete do prefeito.
Em ônibus e veículos de passeio os manifestantes chegaram ao prédio-sede do Poder Executivo por volta das 15h, acompanhado de vereadores e líderes comunitários, tendo alguns participado do encontro com o chefe do Executivo e representantes da Largo e Polícia Militar na área interna da Prefeitura. Enquanto a pauta era discutida, do lado de fora, um grupo exibia uma faixa amarela com a frase ”Asfalto para Todos” e gritava palavras de ordem.
Durante as discussões, Álvaro Resende, diretor de produção da mineradora, disse que a empresa vem executando ações definidas em reunião recente com os moradores de Porto Alegre, mas rechaçou a possibilidade de asfaltamento da estrada por meio da Largo, tendo afirmado que a mineradora está disposta a firmar parceria com o Governo do Estado e Prefeitura para uma obra futura de pavimentação, mas que não pode assumir a responsabilidade da tão sonhada obra. ”Com relação do tema estrada, primeiro ponto é o seguinte: foi comentado que da BA até a entrada da Largo, que assumiu essa responsabilidade há muito tempo. Há uma empresa que faz a manutenção. Tivemos problemas nesse ano. Não foram só os caminhões da comunidade que atolaram, foram os caminhões que fornecem insumos para a gente, os ônibus que transportam os nossos funcionários. A largo, na medida do possível, ela vem atuando”, justificou Álvaro, alegando dificuldades para recuperação da vicinal em razão das fortes chuvas.
Os produtores presentes condenaram os serviços prestados pela empresa contratada para a manutenção da estrada e relataram que a mineradora não faz terraplanagem, ação que poderia amenizar a situação, já que o asfalto seria inviável pelo custo da obra, que segundo a Prefeitura ultrapassaria R$ 80 milhões.
Eles cobram, também, do poder público e da Largo, explicações sobre instalação Bahiagás às margens da estrada. O prefeito Soya, último a se pronunciar no encontro disse reconhecer o momento difícil vivenciado pelos produtores, pediu a compreensão para que não haja novo bloqueio com os protestos e foi enfático ao dizer que a Prefeitura não teria os recursos suficientes para custear a pavimentação e diz que vem propondo ao Governo uma obra tripartite, entre a gestão municipal, Largo Brasil e Estado. ”Nós temos estradas para serem recuperadas e não são poucas. São estradas em divisa com Iramaia, com Planaltino, com Marcionílio Souza, com Lajedo do tabocal, com Lafaiete Coutinho e recuperamos todas as estradas em quatro anos, mas a chuva veio e acabou as estradas. Nós colocamos máquinas, rolo compactador e veio a chuva. O trabalho precisa melhorar? Precisa. Mas nós vamos precisar que o tempo melhore. Vamos dialogar com o Governo do Estado, tentaR parceria e vamos cobrar também dos deputados votados em Maracás, para que nos ajudem nessa luta”, explicou. Uma nova reunião está marcada para o próximo dia (17).
Com extensão de 42 km, entre a BA-026, localidade de Pé de Serra e Porto Alegre, a estrada tem um trecho de 22 km de responsabilidade de mineradora e 18 quilômetros são recuperados pela gestão municipal. O ponto crítico estaria no trecho gerido pela Largo. A situação tornou-se crítica para o tráfego de veículos a partir do transbordo do Rio Jacaré, na madrugada do dia (24) de dezembro de 2022 e de lá pra cá aumentam as reclamações de moradores do entorno em relação as vicinais.
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Blog do Marcos Frahm