Polícia

Grupo de elite da PF cerca hotel de Lula em Brasília após manifestações

Após o isolamento do local e do reforço do policiamento nas redondezas, a assessoria de Lula informou que ele não deixará o hotel e passará a noite lá.

Integrantes do grupo de elite da Polícia Federal e da tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal cercaram, na noite deste quarta-feira (12), o hotel onde está hospedado o o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O reforço da segurança em torno do hotel foi feito após atos de vandalismo próximo ao local: manifestantes incendiaram carros, ônibus, tentaram invadir o prédio da diretoria-geral da PF e se aproximar do hotel onde Lula está.

Enquanto manifestantes usaram pedras, pedaços de madeira, bombas caseiras e fogos de artifício, a polícia utilizou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

Manifestantes chegaram a atear fogo em carros e ônibus e praticaram atos de vandalismo. Depois, mais dispersos, passaram a se movimentar na direção do hotel onde está Lula, que teve sua segurança reforçada.

Após o isolamento do local e do reforço do policiamento nas redondezas, a assessoria de Lula informou que ele não deixará o hotel e passará a noite lá.

“Nas últimas horas aumentou a nossa preocupação porque esses terroristas, apoiados por outros, passaram a cercar os arredores do hotel onde está hospedado o presidente eleito. Isso nos traz enorme preocupação”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) à CNN. Randolfe integra a equipe de transição de governo.

Apesar da declaração de Randolfe, o senador eleito Flávio Dino, indicado por Lula como ministro da Justiça do próximo governo, afirmou em um tuíte que a “a segurança do presidente Lula está garantida”.

Horas após a cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os ataques começaram, após as 18h30, hora em que o cacique José Acácio Serere Xavante foi preso nas proximidades da Torre de TV.

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária — a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) —  do indígena José Acácio Serere Xavante por possíveis práticas ilícitas em atos antidemocráticos.

Logo após a ordem de prisão, manifestantes caminharam até o prédio da PF e tentaram invadir o local, onde o Xavante segue detido.

O STF, em nota no Twitter, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e “decretou a prisão temporária, pelo prazo de dez dias, do indígena José Acácio Serere Xavante, por indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos.”

“Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito (Lula) e de ministros do STF”, afirmou a Corte, na rede social.

“A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito.”

Discussão entre petistas e bolsonaristas

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que o tumulto começou após a prisão de um líder indígena. “Índios tentam invadir o prédio da PF na Asa Norte”, destaca o comunicado, ao afirmar que a PM deslocou guarnições “para controlar a situação com a aplicação das forças táticas e Batalhão de Choque”.

Mais cedo, a Polícia Militar do Distrito Federal também já havia reforçado a segurança no hotel de Lula após uma discussão entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e militantes petistas.

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Estadão Conteúdo

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